Natal presentes
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Portugueses vão gastar menos 5% em compras de Natal

Os portugueses preveem gastar, em média, 377 euros em compras de Natal, um valor que reflete uma diminuição de 5,2% face ao ano anterior (398 euros). Esta é uma das conclusões da 14.ª edição do estudo “Compras de Natal” realizado pelo Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) sobre os hábitos dos portugueses nesta altura do ano.

O estudo, realizado pelo IPAM, entre 26 de novembro e 9 de dezembro de 2022, revela que a instabilidade económica tem um impacto claro no comportamento dos consumidores, com 55% dos consumidores a afirmarem ter alterado hábitos, nomeadamente, ao nível da redução de custos com compras de Natal (42%) e na diminuição do número de pessoas para as quais compra prendas de Natal (34,3%).

O Natal é uma das épocas do ano em que tradicionalmente se verifica o maior volume de vendas em diversas áreas de negócio, razão pela qual a análise do comportamento do consumidor face às compras de Natal adquire particular relevância. Após as alterações que a pandemia impôs ao comportamento do consumidor no Natal de 2020 e 2021, analisamos em 2022 os impactos da crise económica global nas compras de Natal dos portugueses e verificamos uma alteração acentuada dos comportamentos dos consumidores”, afirma Mafalda Ferreira, docente do IPAM e coordenadora deste estudo.

 

Tipo de produtos

Dos inquiridos que responderam que vão gastar menos do que no ano passado, destaca-se a redução nas ornamentações de Natal (84%), bem como nos presentes para amigos e familiares adultos (80%). Apesar de menos significativo, 32% dos inquiridos afirma que fará reduções nos produtos alimentares específicos de Natal. Os inquiridos que referem que irão gastar um valor superior ao gasto em 2021 indicam, em 47% dos casos, que esta alteração se deve ao aumento do preço generalizado dos produtos.

De destacar que 25,1% dos respondentes afirmou que não efetuaria compra de presentes de Natal. Em relação àqueles que compram presentes, o estudo do IPAM constata que, nos agregados familiares com filhos (54% dos inquiridos), estes são em 100% dos casos contemplados com presentes de Natal. Em termos globais, 67% dos inquiridos refere a compra de presentes de Natal para o cônjuge e 63% para os pais, irmãos e outros familiares. Apenas 30% dos entrevistados refere a intenção de comprar prendas para amigos.

Relativamente ao tipo de produtos a comprar de acordo com o destinatário, o estudo conclui que, para crianças até aos 12 anos, as prendas mais compradas são brinquedos (24,2%), roupa/calçado (24,2%) e livros (15%). Para os adolescentes (entre os 12 e os 18 anos), as escolhas recaem sobre roupa/calçado (32%), acessórios (22%) e livros (18%). Estas são igualmente as escolhas preferenciais dos presentes de Natal dos adultos, mas noutra proporção: roupa/sapatos (25%), acessórios (22%) e livros (17%).

 

Comprar online continua a ser a opção preferida

A pandemia trouxe um aumento exponencial do comércio eletrónico, mas a verdade é que, passados dois anos, as compras online continuam a ser a opção preferida de 25% dos portugueses, apesar de um ligeiro abrandamento face ao ano anterior (30% em 2021).

Depois do online, o local de compra com maior preponderância é o centro comercial (20%). O comércio de rua recebe a preferência de apenas 10% dos consumidores. Mas importa destacar que há vários consumidores que preferem aliar as várias opções de compra: centros comerciais, comércio de rua e online (18%) e centros comerciais e comércio de rua (15%).

Relativamente ao momento para a realização das compras de Natal, o IPAM verifica que 71,7% dos inquiridos vai efetuar as suas compras durante o mês de dezembro. Nas compras antecipadas, o fator mais importante é evitar a concentração de pessoas e garantir a entrega atempada de produtos, compradas online.

 

Subsídio de Natal poderá influenciar comportamento

Para compreender a situação financeira das famílias, o estudo questionou os entrevistados sobre se iriam receber subsídio de Natal. 78,3% da amostra recebe o subsídio nesta altura, o que poderá ter consequências no comportamento face às compras de Natal. De referir que este dado permanece praticamente inalterado desde 2020.

Dos inquiridos que recebem subsídio de Natal, salienta-se que 2,1% não vai utilizar este dinheiro para efetuar compras de Natal, sendo igual o número de respondentes que gastará a totalidade do subsídio. Um terço dos inquiridos estima gastar entre 11% e 25% do subsídio de Natal e outro terço prevê gastar entre 26% e 50% do subsídio.

Por Bárbara Sousa

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