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Portugal ocupa o 31.º lugar dos países mais afetados por ataques de ransomware

Foto Shuttesrtock

A S21sec, um dos principais fornecedores de serviços de cibersegurança na Europa, publicou o seu relatório semestral, “Threat Landscape Report”, que oferece uma visão geral das ameaças mais relevantes na segunda metade de 2021. Entre as principais descobertas, a equipa detetou a identificação de cerca de 10.500 novas vulnerabilidades, que aumentaram a suscetibilidade da comunidade empresarial sobre ameaças que explorem estas debilidades agora identificadas.

Destas vulnerabilidades, foram registadas mais de cinco mil com um nível crítico ou elevado, que os cibercriminosos tentam explorar ativamente para a execução de diferentes tipos de ataques. “Uma das principais falhas de segurança observadas tem sido a exploração das vulnerabilidades existentes na infraestrutura alvo. Por esta razão, é importante que as empresas tenham em consideração este tipo de ameaça e que se concentrem na atualização e manutenção das suas infraestruturas“, afirma Hugo Nunes, responsável da equipa de Intelligence da S21sec.

 

1.694 vítimas de ransomware

Nos últimos anos, o ransomware tornou-se num dos tipos de ciberataques com maior crescimento e impacto, onde os responsáveis têm, sobretudo, uma motivação financeira. “O ransomware, afinal de contas é um negócio, tendo, ao longo destes meses, evoluído para um modelo Ransomware-as-a-Service (ransomware como um serviço), onde existe uma divisão de especialização dos cibercriminosos envolvidos no ataque e dos lucros adjacentes ao seu sucesso, ficando os operadores com uma percentagem do dinheiro ganho com os ataques levados a cabo pelas filiais, enquanto estas garantem a infraestrutura de suporte ao ‘negócio’ e se empenham no desenvolvimento e aperfeiçoamento das técnicas aplicadas“, explica Hugo Nunes.

A S21sec rastreou um total de 1.694 vítimas de ransomware, em todos os países do estudo, nos últimos seis meses. Olhando para o número de casos para cada território analisado, os Estados Unidos da América lideram a classificação dos países mais afetados por ransomware, nos últimos seis meses de 2021, com um total de 757 ataques, sendo o principal alvo dos cibercriminosos. O Reino Unido, o Canadá, a Alemanha e a França aparecem logo de seguida, enquanto a vizinha Espanha, com 32 ataques de ransomware registados, está no oitavo lugar. Portugal aparece em 31.º lugar entre os 101 países abrangidos pelo estudo.

A encriptação dos dados, a exfiltração de informação sensível e consequente ataques DDoS estão a tornar-se cada vez mais como os três fatores de pressão sobre as vítimas destes ataques, com o objetivo de estes cibercriminosos obterem ganhos financeiros. Algumas das empresas em todo o mundo estão ainda dispostas a pagar um resgate e não revelar que foram vítimas de um ataque“, refere Hugo Nunes.

 

Ataques de ransomware por sectores

Por outro lado, de acordo com o estudo, os sectores que mais sofreram ataques de ransomware, durante a segunda metade de 2021, foram a eletrónica de consumo e o imobiliário/construção. No entanto, também é de destacar o sector de serviços IT e comunicação, com uma elevada incidência de casos.

Em Portugal, os exemplos mais mediáticos foram os ataques perpetuados ao Grupo Impresa e Vodafone e, mais recentemente, o Grupo Germano de Sousa foi alvo de um ataque bem-sucedido de ransomware, tendo sido inutilizada uma parte da sua infraestrutura.

Também o sector das telecomunicações teve os seus desafios. “O sector das telecomunicações tem sido um dos mais atingidos durante a pandemia, desde os embustes partilhados nas redes sociais sobre o 5G, até aos phishings em que os clientes das operadoras são aliciados com falsas ofertas de gigabytes gratuitos por causa do coronavírus ou concursos para ganhar telemóveis. Mais recentemente também foi notório o impacto que um ciberataque teve na operadora Vodafone e na forma como afetou todos os seus clientes pessoais e empresariais“, explica Hugo Nunes.

 

Ciberataques a infraestruturas críticas

As infraestruturas críticas de diferentes países, principalmente relacionadas com meios de transporte, geração eólica de energia, fornecedores de eletricidade e água, companhias petrolíferas, forças de segurança e serviços de emergência, entre outras, foram alvo de numerosos ataques de ransomware, ao longo do ano passado. Devido à magnitude das consequências e aos grandes danos que podem ser causados, os ciberataques a sistemas de infraestruturas críticas tornaram-se num dos maiores perigos para a sociedade atual. Segundo os peritos da S21sec, os efeitos mais devastadores incluem a interrupção ou colapso dos serviços públicos e situações de escassez no abastecimento.

Durante o último período de 2021, as grandes empresas de transporte e de logística foram alvo de ataques de grande alcance. “As infraestruturas críticas prestam serviços essenciais à comunidade. A interrupção das suas operações, devido a um ciberataque, poderá levar a perdas económicas substanciais e causar grandes danos à sociedade, afetando diretamente a vida das pessoas“, diz Hugo Nunes.

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