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Num ano marcado pela desaceleração do aumento de preços e uma maior procura por géneros de ficção, Portugal registou o maior crescimento no mercado livreiro europeu (6%), o terceiro a nível global.
Os dados do mais recente estudo “Mercados Internacionais do Livro 2024”, realizado pela GfK e a NielsenIQ Bookdata, em 16 países, destacam, ainda, a classificação de Portugal no top 5 de territórios com maior número de receitas (8,8%).
A nível global, quase metade dos países analisados registou um aumento de receitas face ao ano anterior. A maior taxa de crescimento assinala-se em países como a Índia (27%), o México (12,6%) e o Brasil (10,4%), apesar do volume dos mercados em questão ser relativamente moderado. O retalho espanhol também registou um aumento substancial de 9,8%, o que contrasta com os valores da Valónia, Bélgica, que estagnaram. Ainda em relação a descidas, as taxas mais acentuadas registaram-se na Nova Zelândia (-6,6%), na Irlanda (-5,3%) e na Austrália (-3,1%), acompanhando a diminuição ligeira dos dois maiores mercados em análise, França (-0,3%) e Reino Unido (-0,6%).
Géneros e títulos mais vendidos
O estudo revela um aumento significativo das receitas na categoria de ficção, enquanto as vendas de livros de não ficção diminuíram em diversas regiões. Os livros de romance e de fantasia/ficção científica ganharam popularidade com o fenómeno BookTok, da rede social TikTok.
Em Portugal, destacam-se os livros de romance de Collen Hoover, como a série “Isto Acaba Aqui” a conquistar uma parte significativa da comunidade do BookTok. Relativamente ao género policial e de suspense, Freida McFadden é o grande êxito, com a série “A Criada”, entre os cinco melhores livros de ficção do ano, a nível nacional. Quanto a autores portugueses, José Rodrigues dos Santos permanece como um dos favoritos, com o livro “O Protocolo Caos” a ser um dos que tem maior número de unidades vendidas.
No segmento de não ficção, o livro “Atomic Habits”, de James Clear, publicado originalmente em 2018, continua a ser uma preferência indiscutível.
Outras categorias de não ficção, como a literatura religiosa, os títulos políticos, os livros para crianças e jovens adultos de estrelas do YouTube, também registaram uma elevada procura em 2024.