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Portugal acompanha “boicote” da Unilever à publicidade digital

A Unilever Fima, o maior anunciante no mercado nacional, vai acompanhar a decisão da multinacional de grande consumo de sair, em termos publicitários, de plataformas digitais como Google e Facebook.

A Unilever irá priorizar, a partir de 2018, o investimento publicitário em plataformas responsáveis, que se comprometam a criar um impacto positivo na sociedade“, refere em declarações ao Expresso António Casanova, CEO da Unilever Fima e presidente da Unilever Espanha, que confirma que este compromisso é extensível a Portugal.

O responsável salienta que ainda não é possível especificar os impactos desta decisão no mix de investimento publicitário da empresa, que nos últimos dois anos foi o maior anunciante em Portugal, com um investimento total, em 2017, de 390,3 milhões de euros em compra de espaço a preços de tabela nos meios de comunicação, de acordo com os dados da Mediamonitor. Em 2016, os gastos em publicidade tinham ascendido a 322,2 milhões de euros, o que representa um crescimento de 21,2%.

De acordo com o Expresso, a crescer estiveram também os investimentos da Unilever na Internet em Portugal (30,2%), que passaram de 12 milhões de euros, em 2016, para 15,5 milhões de euros, em 2017.

A Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN), por seu lado, revela também que vai ser mais prudente com os investimentos no digital e exige métricas na Internet mais elevadas e uma monitorização e verificação independentes. O objetivo é “perceber melhor como é que o online contribui para o desempenho dos nossos negócios e qual é o verdadeiro retorno desse investimento“, refere Manuela Botelho, secretária-geral da APAN. “Compete a todo o ecossistema, particularmente àqueles que têm maior fatia do mercado, mas também aos editores, às ad networks, às empresas e agências programáticas, demostrar que são capazes de lidar eficazmente com desafios como a fraude publicitária e a má colocação de anúncios“, sustenta, avançando que “como parece que até ao momento isso não está a acontecer, os anunciantes serão cada vez mais cautelosos nos seus investimentos no digital“.

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