Entre janeiro e julho, o sistema portuário do continente movimentou cerca de 57 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 7,1% face ao mesmo período de 2016.
Este é o valor mais elevado de sempre, já que representa um crescimento de cerca de 3,8 milhões de toneladas movimentadas em relação ao período homólogo. Lisboa, Leixões, Aveiro, Figueira da Foz e Sines foram os portos que mais contribuíram para este desempenho positivo. Sines continua a liderar o movimento portuário, com uma quota de 52,9% do total de carga movimentada.
Dos contributos mais importantes para se atingir o volume de carga apurado neste período é de realçar o desempenho do porto de Lisboa que, além da variação percentual de 26,8%, também em valor absoluto registou o acréscimo mais elevado, cerca de 1,5 milhões de toneladas, a par de Sines, que registou igualmente um acréscimo de 1,5 milhões de toneladas.
O movimento global de contentores continua a registar um número recorde ao atingir 1,12 milhões de unidades e cerca de 1,82 milhões de TEU, traduzindo acréscimos de 17,8% e 20,1%, respetivamente. Ainda neste segmento, é de realçar que Sines lidera com uma quota do volume total de TEU movimentado de 58,3%, superior em 4,4 pontos percentuais à que detinha no mesmo período de 2016. Leixões, Lisboa e Setúbal representam, respetivamente, 20%, 15,8% e 5,1%. Também é de destacar que as operações de transhipment realizadas no porto de Sines são um forte influenciador no sistema portuário nacional.
Relativamente ao movimento de navios nos portos comerciais do continente, foram registadas 6.417 escalas, a que corresponde um volume recorde de arqueação bruta (GT) de 118,7 milhões, após acréscimos de, respetivamente, 2,3% e 6,6% face ao mesmo período de 2016. A variação positiva com maior expressão se registou no porto de Lisboa com mais 223 escalas, o que corresponde a um aumento de 18,1%, seguindo-se Aveiro com mais 68 escalas (+11,9%) e Figueira da Foz com mais 18 escalas (+6,2%).
Em termos de capacidade de carga dos navios, o posicionamento relativo dos diversos portos regista forte alteração, passando Sines a assumir claramente a posição de maior relevo com uma quota de 44,7% do total e navios de uma GT média da ordem dos 40,1 mil. O resultado de quase 57 milhões de toneladas que a tonelagem global da carga movimentada no período em análise registou resulta de comportamentos diferentes dos diversos mercados.
A carga contentorizada e os produtos petrolíferos, sendo os mais significativos em termos de quota (37% e 18,1%, respetivamente), são também os que expressam variações mais marcantes, de 16,2% em ambos os casos. Os mercados dos outros granéis sólidos e do carvão também revelaram um bom comportamento, com acréscimos de 9,7% e 8,7% e quotas de 8,4% e 6,3%, respetivamente. Embora com quotas menos significativas, importa ainda fazer referência aos mercados da carga Ro-Ro e dos minérios, que também evoluíram favoravelmente (com taxas de variação de 15% e de 15,6%, respetivamente).
A carga embarcada atingiu entre janeiro e julho um volume superior a 23,6 milhões de toneladas, ultrapassando em 4,1% o registo verificado no período homólogo de 2016. Estes resultados devem-se, sobretudo, ao comportamento da carga contentorizada, carga Ro-Ro e outros granéis sólidos, que registaram valores recorde no respetivo volume movimentado, bem como, ainda, aos produtos agrícolas, produtos petrolíferos e outros granéis líquidos.
Do desempenho dos vários portos nas operações de embarque de carga, assinala-se o crescimento verificado em Lisboa, traduzido numa taxa de 56,6%, seguido de Aveiro, com 13,2%, Leixões, com 4,2%, e Figueira da Foz, com 3,1%.
O volume de carga desembarcada atingiu cerca de 33,4 milhões de toneladas, excedendo em 9,3% o anterior registado em 2016. Este valor foi alavancado por todos os mercados da classe de carga geral (17,8%). Aveiro registou o desempenho mais positivo a nível dos portos que integram o sistema portuário do continente, com 27,1% do volume de carga desembarcada. Seguiram-se os portos da Figueira da Foz, com 12,3%, de Lisboa, com 9,9% e de Leixões, com 9,5%.
Associados a um perfil de porto “exportador”, os portos de Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro mantiveram os rácios de carga embarcada sobre carga total com valores superiores a 50%. Sublinha-se, no entanto, o facto do volume da carga embarcada nestes portos apresentar dimensões muito distintas, e relativamente pouco significativas, representando no seu conjunto apenas 14,4% do total, dos quais 10,1% cabem a Setúbal.