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Poças lança Quinado para celebrar centenário

Um ano depois, a Poças lança a segunda edição de um vinho invulgar, que foi buscar aos tesouros que guarda com cuidado e que, neste ano de centenário, lhe possibilita lançar, além do Quinado, um Vinho do Porto Muito Velho. São 150 garrafas de história para celebrar 100 anos de vida da casa.

A história do Quinado começou há mais de quatro décadas, quando o antigo provador da casa, Miguel Pinto Hespanhol, criou este vinho. “É um vinho que mistura as características de um tawny velho com o amargo da quinina e a exuberância aromática de um conjunto de essências que terão sido utilizadas na altura da sua elaboração”, esclarece o enólogo da Poças, Jorge Pintão.

O carácter farmacêutico integra a vida deste vinho licoroso, aromatizado e com qualidades terapêuticas contra a malária, advindas da quinina adicionada em doses mínimas. Note-se, no entanto, que o Quinado era igualmente um produto de prazer, muito apreciado como aperitivo, como observa o crítico de vinhos João Paulo Martins no seu livro “O prazer do Vinho do Porto”.

No ano em que a Poças faz 100 anos, este relançamento do Quinado é mais uma forma de contarmos a nossa história e de celebrarmos o centenário”, testemunha Pedro Poças Pintão, diretor de Marketing e Comunicação, ao anunciar a edição limitada do segundo conjunto de 150 garrafas de vinho Quinado, que a empresa tem em stock, destinadas ao “prazer esclarecido e curioso de apreciadores de produtos únicos”.

Está é, aliás, uma celebração também do Douro, acrescenta o enólogo Jorge Pintão. “A Poças tem vinhos DOC Douro, vinhos do Porto, Moscatel e também o Quinado. Ao todo, são 25 vinhos. Uma região demarcada que nos permite criar 25 vinhos é algo fantástico. É incrível poder trabalhar neste lugar e neste Douro de viticultura de montanha que nos permite tanta diversidade de produtos”.

O vinho quinado teve, no passado, grande prestígio, principalmente o vinho do Porto Quinado. Este vinho “tem uma gloriosa história que remonta ao século XVII”, refere o historiador Joaquim Gonçalves Guimarães na publicação “Douro – Estudos e Documento, vol. VII: a arte de artificiar os vinhos”. Vinho licoroso ao qual se adiciona uma pequena quantidade de quinina, substância extraída da casca seca das quineiras ou quinquinas, o vinho Quinado já era usado na América Latina quando os europeus ali chegaram, conta Joaquim Guimarães. Os jesuítas terão percebido a sua eficácia no tratamento da malária, pensando-se que a quinina terá sido trazida do Perú para Portugal e depois Espanha. Em meados do século XIX, Portugal tentou cultivar quineiras em várias colónias, mas só teve sucesso em São Tomé, sendo o quinino aí extraído todo absorvido pelo mercado nacional para a preparação de vinho de quina. Percebe-se, portanto, que as casas do Douro, exportadoras de vinhos para África e Brasil, tenham criado os seus quinados e que este vinho artificializado seja uma memória quase mítica em alguns desses países.

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