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Peso das economias emergentes na economia mundial inverteu-se

Foto Shutterstock

Nas últimas três décadas, entre 1995 e 2023, a rendimento global cresceu 65%, atingindo 11.570 per capita, em média. Ao mesmo tempo, mais do que triplicou nas economias de baixa e média renda, que passaram de 1.835 dólares per capita para 5.337 dólares.

Os dados são da Organização Mundial do Comércio (OMC) e constam do seu último relatório anual sobre o comércio mundial, que coincide com o 30.º aniversário da formação da entidade.

 

O exemplo da China

A China exemplifica esse crescimento. Com 1.412 milhões de habitantes, o seu Produto Interno Bruto (PIB) já representa 73% do dos Estados Unidos, o que compara com os 7% de 1990. Com um PIB de 18,3 biliões de dólares, a economia chinesa cresceu a uma média de 9% ao ano.

A OMC congratula-se com o papel desempenhado pelo comércio mundial no desenvolvimento destas economias. No mesmo período, o peso das economias de baixo e médio rendimento aumentou 17 pontos percentuais, representando 38% do volume total do comércio mundial, enquanto o das economias em desenvolvimento aumentou 14 pontos percentuais, passando dos 5% que representavam em 1995 para 19% em 2021.

O peso destes países na economia mundial inverteu-se: se em 1980 as economias desenvolvidas representavam 60% do PIB mundial, hoje, são as economias em desenvolvimento as responsáveis por essa percentagem.

 

Reverso da medalha

Não obstante, e embora o comércio tenha a capacidade de fazer crescer o bem-estar geral das economias, também pode levar ao aumento da desigualdade dentro desses países.

A perda de emprego devido ao aumento da competitividade, ao entrar num mercado maior, é um dos grandes riscos enfrentados. A mudança para sectores mais especializados, por exemplo, poderá deixar para trás uma parte da população ativa, como pessoas com menores rendimentos, donos de pequenos negócios ou mulheres.

De facto, entre 1996 e 2021, um terço das economias de baixo e médio rendimento cresceu a um ritmo mais lento do que as economias avançadas. A maioria destas economias onde, ao contrário da dinâmica geral, o fosso entre as suas economias e as do resto do mundo está a aumentar, são países de África, da América Latina e do Médio Oriente e representam 13% da população mundial.

A especialização em sectores primários como a agricultura, por exemplo, aumenta a dependência destes países de indicadores tão voláteis como o preço das matérias-primas ou a estabilidade macroeconómica.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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