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Pedida proibição total na Europa das alegações de neutralidade carbónica em alimentos e bebidas

Imagem Shutterstock

A Organização Europeia de Consumidores (BEUC pela sua sigla em inglês) pediu a proibição total na Europa das alegações de neutralidade carbónica em alimentos e bebidas, considerando que estas são enganosas e que provocam confusão nos consumidores.

O BEUC apela à proibição de todas as alegações como “carbono neutro”, “CO2 neutro”, “carbono positivo” ou “carbono neutro certificado”. A organização considera que, embora os projetos de compensação de carbono possam ser financiados, a afirmação é cientificamente imprecisa, já que a produção de todos os alimentos e bebidas sempre exigirá emissões de carbono. De acordo coma organização de consumidores, o facto de se realizar a chamada compensação não oferece garantias de que esta ocorrerá.

 

Afirmações enganosas

O BEUC considera que as alegações de neutralidade carbónica nos alimentos e bebidas são enganosas porque dão a falsa impressão de que beneficiam o meio ambiente. Mas, se houver reclamações sobre a imprecisão das alegações de um produto, a máquina burocrática move-se tão lentamente que a decisão tarda e acontece quando o dano ambiental já foi feito.

As alegações podem ainda, de acordo com o BEUC, dissuadir os consumidores de modificar a sua dieta, por exemplo, não privilegiar o consumo alimentos vegetais, mais benéficos para o ambiente e para a própria saúde.

 

Greenwashing

A organização de consumidores garante que não há nada como, por exemplo, uma banana ou uma garrafa de água de plástico com carbono neutro. No seu entender, estas afirmações são “greenwashing”.

Por exemplo, algo que é frequentemente anunciado é a plantação de árvores para compensar as emissões de CO2, um método que é mais barato para as empresas, mas não tão eficaz como querem fazer acreditar, uma vez que a compensação levará décadas a concretizar-se. Para o BEUC, é mais eficaz reduzir as emissões das atividades atuais, mas isso significa mais investimento.

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