Os líderes empresariais enfrentaram, em 2023, “a mais elevada taxa de mudança de todos os tempos e esperam agora uma aceleração ainda maior em 2024”, segundo o novo estudo anual da Accenture, Pulse of Change: 2024 Index. Índice que “quantifica e classifica as mudanças que afetam as organizações em seis fatores e pretende saber o que pensam os executivos de nível C sobre o impacto de cada um desses fatores nas suas organizações”. O índice da Accenture foi divulgado na reunião anual do Fórum Económico Mundial em Davos.
Este estudo concluiu que, impulsionada pelos avanços na IA generativa, a disrupção tecnológica foi a que mais aumentou em 2023, subindo do sexto lugar, que ocupava em 2022, para o primeiro lugar. Revelou também que, globalmente, a taxa de mudança aumentou permanentemente desde 2019: 183% nos últimos quatro anos e 33% só no ano passado.
Talento como causa de mudança
O talento – incluindo questões como a escassez de competências e a falta de envolvimento dos colaboradores – foi a segunda causa de mudança nas organizações, mas os executivos de nível C inquiridos classificaram-no em quarto lugar. Este diferencial de perceção “sublinha a importância das empresas fazerem da sua estratégia de talento uma prioridade“, enquanto trabalham para aproveitar o potencial das novas tecnologias.
“Mudanças rápidas, persistentes e disruptivas são a marca distintiva das empresas no nosso tempo e os líderes assumem isso de forma consistente”, afirmou Jack Azagury, Group Chief Executive-Strategy & Consulting, Accenture. “A oportunidade para as organizações é adotar uma estratégia de reinvenção permanente, focada na construção do núcleo digital – incluindo nuvem, dados e IA – e no desenvolvimento de novas formas de trabalhar. Isto irá dotá-las da agilidade necessária para aproveitar as vantagens de poderosas tecnologias emergentes, como a IA generativa, e a resiliência para crescer e vencer no futuro”.
6 fatores de análise considerados
Construído com base num conjunto de indicadores, o Pulse of Change: 2024 Index da Accenture quantifica as mudanças que as organizações estão a enfrentar, considerando seis fatores: tecnologia, talento, economia, geopolítica, clima e consumidor e social. Em seguida, compara estes dados com a forma como os líderes de nível C encaram o impacto destes seis fatores nas suas organizações, assim como o seu grau de preparação para responder.
Este índice revela, ainda, um ritmo acelerado de mudança com impacto alargado no próximo ano. 88% dos líderes antecipa uma aceleração ainda maior em 2024; 60% encara a mudança como uma oportunidade e 68% espera que o crescimento das receitas acelere em 2024; mas, apesar do seu otimismo, mais de metade (52%) afirma não estar totalmente preparada para responder à mudança que irá enfrentar no ambiente empresarial de 2024.
Disrupção tecnológica vista como oportunidade, com cautela quanto ao uso responsável
Os executivos classificaram a tecnologia como a principal causa de mudança nas organizações, com 61% a esperar que o ritmo da disrupção tecnológica acelere ainda mais em 2024.
76% considerava a IA generativa mais como uma oportunidade do que como uma ameaça e mais favorável para o crescimento das receitas do que para a redução de custos. No entanto, quase metade (47%) afirmou não estar preparado para o ritmo acelerado da mudança tecnológica;
72% assume agora uma abordagem mais cautelosa dos investimentos devido às preocupações da sociedade sobre a utilização responsável da IA.
Manuela Vaz, presidente da Accenture em Portugal, acrescenta, por sua vez, que “à medida que as organizações respondem às mudanças aceleradas no ambiente empresarial, torna-se imperativo não apenas reinventar as suas organizações, mas fazê-lo rapidamente. À medida que os atuais líderes reinventam todas as áreas da organização com tecnologia, dados e IA, também garantem que os seus colaboradores estão no centro das suas transformações”.
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