A segunda edição do barómetro sobre o sector do transporte rodoviário de mercadorias, realizado pela ANTRAM, em parceria com a Transportes em Revista e a consultora Grounded, revela que as mudanças que os transportadores enfrentam atualmente estão a afetar a qualidade do sono.
O aumento dos impostos, do preço dos combustíveis, do custo de outras matérias-primas e da concorrência, assim como a incerteza fiscal, a nova legislação mais restritiva, a falta de mão-de-obra e a evolução da economia são os aspetos que mais condicionam o descanso dos trabalhadores desta área.
Apesar dos participantes revelarem que todos os fatores influenciam o seu descanso, o potencial aumento dos preços de combustíveis, a incerteza fiscal e o aumento de impostos são, sem dúvida, aqueles com maior impacto. 73% da amostra afirma que dorme mal ou tem insónias ao pensar num cenário de aumento do preço dos combustíveis, 71% dorme mal por causa da incerteza fiscal e 67% devido ao aumento de impostos. Saliente-se, ainda, que o segmento mais novo – entre 26 e 34 anos – e o mais sénior, com mais de 65 anos, são os que mais perdem o sono com o hipotético aparecimento de uma nova legislação mais restritiva.
Existe, ainda, um terceiro conjunto de situações, que apresenta um menor impacto na questão do descanso: a evolução da economia, que afeta a qualidade do sono de 40% da amostra. Já o aumento da concorrência retira o sono a 35% dos participantes do estudo. Os resultados revelam, igualmente, confiança relativamente ao desenvolvimento da economia, estando a maior parte dos participantes preparados para enfrentar a concorrência.
É, também, relevante referir que a confiança no desenvolvimento da economia poderá estar a ser afetada pela incerteza fiscal, que está, por sua vez, fortemente correlacionada com o aumento de impostos e um consequente aumento dos preços dos combustíveis e das matérias-primas. Estes dados ajudam a explicar os resultados do primeiro barómetro, em que a maioria dos participantes afirmou que iria diminuir ou manter os seus investimentos para o próximo ano.
Os resultados do segundo barómetro demonstram que as mulheres são o segmento que mais perde o sono devido às diferentes alterações do mercado. Esta tendência é semelhante quando se segmenta a amostra no que se refere às habilitações literárias, sendo que os indivíduos que não possuem grau universitário são os mais afetados. Por fim, e a nível geográfico, refira-se que os participantes de Porto e Lisboa são os mais positivos no que se refere ao desenvolvimento da economia. O otimismo não melhora, contudo, o sono dos residentes destes distritos quando pensam na incerteza fiscal, no aumento de impostos, do preço dos combustíveis e das matérias-primas.
O estudo foi realizado durante o mês de setembro a uma amostra de 15 mil indivíduos que trabalham no sector do transporte rodoviário de mercadorias.