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Mercados abastecedores unem-se para influenciar políticas europeias

O Grupo SIMAB foi um dos membros europeus da União Mundial de Mercados Grossistas (WUWM) que subscreveram esta segunda-feira, dia 9 de julho, em Paris, uma declaração conjunta que pretende reforçar a colaboração entre si e, assim, aumentar a sua visibilidade junto das instâncias europeias e internacionais.

Em nome dos mercados abastecedores portugueses, o documento foi assinado pelo CEO do Grupo SIMAB, Rui Paulo Figueiredo, que considera esta declaração um momento histórico para a união dos mercados e para o seu reconhecimento institucional no contexto da distribuição alimentar. “Esta cerimónia conclui um intenso debate sobre o futuro dos mercados abastecedores na Europa, em que Portugal participou ativamente; ao mesmo tempo, o que é mais relevante, significa o início de um novo tempo”, diz, neste âmbito, Rui Paulo Figueiredo, considerando que este é o “tempo em que os mercados europeus vão trabalhar na partilha de experiências e de boas práticas, aproveitando sinergias institucionais e comerciais, para a modernização e inovação, para o incremento do comércio internacional e do comércio eletrónico e também junto das instituições da União Europeia”.

Assinada no Ministério da Agricultura francês por todos os mercados europeus membros da WUWM – 120 mercados, representando 22 países europeus –, a “Declaração de Paris” destaca a importância do modelo de mercado abastecedor para assegurar políticas chave da União Europeia, como a segurança alimentar, a economia circular, fornecimento, distribuição e rastreabilidade de produtos frescos para os cidadãos europeus, mas acima de tudo a função fundamental dos mercados grossistas na valorização da produção agrícola e na salvaguarda do modelo agrícola europeu baseado na diversidade dos seus produtos.

De acordo com os signatários, os mercados são os principais intervenientes na cadeia agroalimentar, servem as políticas e os cidadãos europeus, mas são frequentemente esquecidos pelas instituições europeias e internacionais em comparação com outros intervenientes no sector alimentar (agricultores, retalhistas e supermercados). No entanto, os mercados abastecedores, sublinham, “são um dos elos mais importantes da cadeia de fornecimento de alimentos da União Europeia” (25 milhões de toneladas de produtos frescos, cerca de 40% da oferta de frutas e vegetais, 200 milhões de consumidores europeus) e, como tal, pedem para serem ouvidos nos debates e orientações estratégicas para o sector.

De acordo com o documento, hoje em dia, o desafio para o modelo de mercado grossista europeu passa por aumentar a sua atratividade e a competitividade da produção europeia, que não pode ser vencida pelo enfraquecimento da diversidade da oferta. “Supermercados, hipermercados e lojas multinacionais têm interesse em reduzir a diversidade da cadeia de suprimentos, pois simplifica e facilita o controlo de compras e stocks; é, pois, importante que os consumidores continuem a ter uma seleção de produtos o mais ampla possível e, neste contexto, os governos europeus e instituições internacionais têm um papel a desempenhar na melhoria do conhecimento e compreensão dos consumidores sobre a diversidade de produtos frescos e de alta qualidade”, afirmam.

Com esta declaração, os mercados comprometem-se também a aumentar a sua cooperação para melhorar a regulamentação do sector, a fim de aumentar o seu desempenho e competitividade, desenvolver inovações para promover a alta tecnologia e continuar a apoiar a produção agrícola europeia, promover a alta qualidade de distribuição de produtos frescos na União Europeia, bem como a investir no desenvolvimento de novos desafios no sector (mercados digitais, logística limpa e circuitos de cadeia curta, rastreabilidade de produtos, gestão de resíduos, produtos orgânicos, etc.).

Para Stéphane Layani, presidente do Rungis International Market, de Paris, e vice-presidente da WUWM, “a declaração conjunta dos mercados grossistas europeus é uma base sólida” para alicerçar discussões construtivas no contexto das instâncias europeias. “Este ato é verdadeiramente fundador, por duas razões: permite-nos ver a evolução da atividade e marca o ponto de partida para uma cooperação reforçada com instâncias europeias e internacionais”.

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