Pela primeira vez em 94 anos, a cadeia britânica Marks & Spencer reportou prejuízos.
No período de seis meses terminado a 26 de setembro, os prejuízos atingiram os 97,3 milhões de euros, valor que compara com o lucro de 176,3 milhões de euros alcançado no ano anterior. A entrada no vermelho deve-se, sobretudo, ao colapso das vendas de roupa.
No total, as vendas caíram 15,8%. Mas as vendas de roupa e outros bens não alimentares foram fortemente penalizadas pela pandemia de Covid-19. Entre julho e setembro, os confinamentos e demais medidas de restrição do vírus levaram a uma queda de 53% nas vendas das lojas situadas nos centros das cidades.
A par da queda das vendas, os custos foram acrescidos devido ao anúncio de encerramento de 110 lojas e o despedimento de quase oito mil colaboradores.
“Mundo nunca mais será o mesmo”
Apesar dos resultados, a administração da Marks & Spencer está otimista, perspetivando que as perdas atuais lancem as bases de emergência de uma nova empresa mais ágil e digital. Em declarações à BBC, Steve Rowe considerou que os resultados foram até mais robustos do que o inicialmente esperado. As vendas online cresceram fortemente, muito devido à parceria com a Ocado, nos produtos alimentares. A plataforma tem vindo a fornecer produtos alimentares e básicos da Marks & Spencer desde o início de setembro, o que resultou num aumento das vendas de 47,9%.
Steve Rowe avançou ainda que a pandemia obrigou a cadeia a fazer, num único ano, as mudanças perspetivadas para um período de três. “Sabemos que os desafios vão manter-se, mas neste segundo confinamento estamos numa melhor posição para construir uma marca mais digital num mundo que nunca mais será o mesmo”.