O sector da restauração tem feito avanços significativos na adoção de novas tecnologias: de facto, nove em cada 10 (89%) líderes tecnológicos afirmam utilizar a IA nas suas operações de negócios. Para além disso, quase três quartos (73%) acredita estar preparado para a automatização para melhorar os processos, e 85% atribui grande importância à adoção de ferramentas de IA para melhorar a experiência do consumidor.
Esta é uma conclusão de um novo relatório, lançado pela CI&T, sobre a realidade dos líderes do setor da restauração no complexo cenário de transformação digital em que vivemos, e os desafios que enfrentam para aumentar a satisfação dos clientes.
No entanto, ainda há um longo caminho a fazer para satisfazer a apetência dos consumidores por experiências digitais, e os líderes tecnológicos indicam desafios persistentes no que diz respeito às iniciativas de transformação digital. Estes desafios estão principalmente relacionados com a cibersegurança e a conformidade (46%); mas os sistemas legados (38%) e a falta de mão de obra qualificada (37%) também dificultam os esforços de otimização da experiência digital.
Limitações de orçamento
O estudo “Turning Digital Insights into Action: Elevating QSR, Fast Casual Dining, and Coffee Chains”, que inquiriu 111 decisores seniores de TI e tecnologia dos sectores de restaurantes de atendimento rápido (Quick Service Restaurant), refeições casuais rápidas (Fast Casual Dining) e cadeias de cafés (Coffee Chain), também revelou que as limitações de orçamento são uma barreira significativa para proporcionar experiências excecionais aos clientes para mais de metade dos (59%) inquiridos. Outro desafio neste sentido é a falta de dados unificados dos clientes (59%), que torna mais difícil provar o retorno do investimento das iniciativas de IA.
Tendo em conta a importância das marcas conquistarem os consumidores vs. a concorrência, num momento em que a esmagadora maioria (82%) destes considera a experiência digital como um reflexo da qualidade geral de uma marca de alimentos e bebidas, a experiência digital do cliente é um dos principais objetivos de inovação para metade dos líderes tecnológicos (50%), juntamente com a tecnologia de pagamentos (48%) e a inovação dos menus (46%).
“A IA é uma prioridade para o setor da restauração, que está em busca de criar experiências digitais harmoniosas. Contudo, os líderes tecnológicos estão a ser travados por limitações de orçamento e problemas na gestão dos dados, para além de desafios contínuos como os sistemas legados e a escassez de competências. É, por isso, mais difícil para o setor conseguir colher verdadeiramente os benefícios das novas tecnologias”, comenta Christian Buncher, Senior Director of Digital Product and Strategy da CI&T. “Apesar disso, os líderes tecnológicos do setor reconhecem a importância de impulsionar a inovação para se manterem a par da evolução das expectativas dos consumidores. A qualidade da marca já não é tem apenas a ver com a qualidade da comida; no atual cenário competitivo da restauração, a experiência digital é uma janela para a marca. Fatores como capacidades de pagamento rápido e a inovação dos menus estão rapidamente a tornar-se decisivos para os consumidores decidirem onde vão fazer as suas refeições”.