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Investimento em imobiliário comercial em Portugal cresce 106%

O investimento em imobiliário comercial em Portugal disparou para os 651 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, mais que duplicando (106%) os 315 milhões de euros transacionados em igual período do ano passado e crescendo 83% face ao trimestre anterior, quando foram investidos 356 milhões de euros.

Depois de um recuo de 37,5% na atividade durante o primeiro trimestre, a performance do segundo trimestre impulsionou para mais de 1.000 milhões de euros o volume de investimento no primeiro semestre do ano, apurou a JLL. A consultora imobiliária contribuiu com a realização de negócios no valor de 288 milhões de euros, ou seja, 29% do volume transacionado no semestre. Este volume quase duplica o valor dos negócios assessorados pelo departamento de Capital Markets da consultora no total do ano 2016. “Tem sido mais um grande ano para o mercado de investimento em Portugal e, da nossa parte, estamos muito orgulhosos por contribuir para esta atividade e participar nas principais operações. O mercado teve um volume de investimento recorde no primeiro semestre e, mesmo assim, tudo indica que o melhor do ano ainda está para virSó a JLL tem em mãos mandatos para a venda de mais de 1.500 milhões de euros de ativos imobiliários. Tendo em conta as negociações e diligências que temos em curso no âmbito destes mandatos, tudo nos leva a crer que grande parte deste volume de investimento se vá concretizar ainda no decurso do ano. Por isso, 2017 tem tudo para ser um ano histórico para o imobiliário português, superando a barreira máxima dos 1.764 milhões de euros atingida em 2015”, diz Pedro Lancastre, Managing Director da JLL.

A consultora assessorou os mais importantes negócios concluídos no primeiro semestre, incluindo a venda dos centros comerciais Forum Coimbra e Forum Viseu a um investidor sul-africano pelo valor de 220 milhões de euros, constituindo-se como a maior transação de retalho registada este ano. No segmento de escritórios, esteve envolvida na compra do edifício Entreposto em Lisboa, transacionado por 65,5 milhões de euros.

De acordo com o “research” desenvolvido pela JLL, foi precisamente o retalho o segmento mais expressivo no semestre, atraindo 40% do capital investido; mas cabe ao imobiliário industrial e de logística o papel de destaque, ao aumentar a sua quota no total investido de 3% (em 2016) para 30% nos primeiros seis meses de 2017. Este crescimento deve-se sobretudo à transação do portfólio Logicor, que envolveu um investimento de 260 milhões de euros em ativos desta natureza sobretudo localizados na Grande Lisboa. Outros negócios realizados no primeiro semestre foram, no retalho, a venda do Vila do Conde Outlet, por 130 milhões de euros, e, nos escritórios, do edifício Guitarras, em Lisboa, por 50 milhões de euros. Este último segmento concentrou 24% do investimento semestral. “O retalho vai continuar a ser um dos principais alvos para o investimento, especialmente porque é um tipo de ativo que envolve um ‘ticket’ médio mais elevado e adequado à dimensão de negócio pretendida pelos investidores internacionais. Por outro lado, há uma tendência generalizada na Europa de alargar a abrangência geográfica na procura deste tipo de investimento, o que poderá beneficiar mercados mais secundários e trazer ainda mais capital para Portugal nesta área e novos investidores a estrearem-se por cá”, comenta Fernando Ferreira, Head de Capital Markets da JLL. “Em geral, o mercado está ainda mais ativo do que em 2016, com maior diversidade de ‘players’ e mais liquidez disponível, o que quer dizer também que as oportunidades, principalmente as ‘prime’, vão começar a escassear e a gerar muito mais competitividade junto dos compradores. Tendo em conta os negócios em ‘pipeline’ e o volume de capital estrangeiro que está a selecionar o nosso mercado, vamos ver, no segundo semestre, um maior alargamento do espectro de negócios, quer em termos de localizações quer em tipo de ativos”.

O investimento estrangeiro voltou a aumentar o seu peso no mercado, sendo responsável por 90% do volume investido no semestre (no total de 902 milhões de euros), depois de ter encerrado 2016 com uma representatividade de 85% nos 1.254 milhões de euros investidos nesse ano. Em termos do perfil de investidor, destacaram-se os fundos de investimento, que geraram 856 milhões de euros, ou seja, 85% do total. Os investidores institucionais, os REIT e os familly offices (capital privado) concentram os restantes 150 milhões de euros, com quotas de, respetivamente, 9,5%, 4% e 1,5% do total.

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