As intenções de contratação das empresas portuguesas de bens e serviços de consumo mantêm-se positivas, para o último trimestre deste ano, segundo dados do “ManpowerGroup Employment Outlook Survey”, que revelam uma projeção para a criação líquida de emprego de mais 16%.
Não obstante, o fim do verão, época associada ao aumento das contratações no sector dos bens e serviços de consumo, já se está a fazer sentir e os empregadores apresentam intenções de contratação menos otimistas do que nos meses de julho a setembro, com a projeção a cair oito pontos percentuais.
Homólogo
Observa-se, igualmente, uma redução de 10 pontos percentuais, face ao período homólogo de 2023, quando as expectativas dos empregadores nacionais atingiam o segundo valor mais elevado do pós-pandemia e intenções de contratação vigorosas, apesar dos sinais de abrandamento no crescimento económico que já se faziam sentir.
Um total de 35% dos empregadores deste sector pretende aumentar as suas equipas até ao fim do ano, com 19% a antecipar vir a reduzir a sua força de trabalho, enquanto 45% contm manter o número atual de colaboradores.
“A redução nas intenções de contratação das empresas de bens e derviços de consumo, que se alinham agora com as observadas no segundo trimestre de 2024, pode ser justificada pelo fim da época alta, que implica anualmente um pico nas contratações de profissionais nas áreas de retalho e Horeca, incluídas neste sector. Apesar desse abrandamento, as previsões de contratação permanecem fortes, até porque o último trimestre do ano também apresenta desafios importantes de atração de talento para estas empresas, que começam já a preparar os períodos de Black Friday, Natal e festas de fim de ano”, afirma Rui Teixeira, country manager do ManpowerGroup Portugal.
Transportes, logística e automóvel e finanças e imobiliário são os sectores que mais preveem contratar nos próximos três meses
Com a projeção para a criação líquida de emprego mais otimista, o sector dos transportes, logística e automóvel apresenta um valor de mais 28%, seguindo-se do sector das finanças e imobiliário, com mais 25%. Em terceiro lugar destaca-se o sector da energia e “utilities”, que se fixa nos mais 22%.
A par destes, o sector da indústria pesada e materiais regista uma projeção para a criação líquida de emprego de mais 18%, o sector da saúde e ciências da vida fixa-se nos mais 17%, seguindo-se os empregadores de bens e serviços de consumo (+16%). Por fim, os sectores de tecnologias de informação e de serviços de comunicação são os que apresentam as projeções menos otimistas, com mais 12% e 0%, respetivamente.
Otimismo nas intenções de contratação até ao fim do ano
A projeção para a criação líquida de emprego do sector dos bens e serviços de consumo a nível global é de mais 25%, um valor três pontos percentuais acima do registado no trimestre passado e que estabiliza face ao verificado no mesmo período do ano anterior. Com a projeção mais elevada, a nível mundial, encontra-se o sector das tecnologias de informação (+35%).
Na região EMEA, onde se situa Portugal, a projeção do sector é de mais 23%, situando-se cinco pontos percentuais acima da registada no último trimestre e um ponto percentual acima do registado no mesmo período do ano anterior.
O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 40.340 empregadores, em 42 países e territórios. Os resultados completos para o quarto trimestre podem ser consultados neste link.
O próximo estudo será divulgado em dezembro e divulgará as expectativas de contratação para o primeiro trimestre de 2025.