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Inteligência artificial poderá desencadear crescimento de 61 mil milhões de euros na economia portuguesa

Foto Shutterstock

35% das empresas em Portugal já adotou a tecnologia de inteligência artificial (IA), um crescimento de 25% desde 2022. A manter-se esta taxa de adoção, o impacto económico total estimado da adoção de tecnologias (em VAB) chegaria, até 2030, aos 61 mil milhões de euros.

Assim conclui o estudo “Desbloquear as Ambições da Europa sobre Inteligência Artificial (IA) na Década Digital”, encomendado pela Amazon Web Services (AWS) à Strand Partners. O relatório sugere que, para tirar partido de todo o potencial da IA, Portugal tem de resolver três questões críticas: criar um ambiente favorável à inovação, colmatar o défice de competências digitais no país e garantir que as empresas de todas as dimensões têm acesso às tecnologias mais recentes.

 

Desbloquear o poder da IA

87% das empresas já ouviu falar de tecnologias de inteligência artificial e 35% conhece-as bem. O impacto económico positivo da IA nas empresas portuguesas é claro e 70% das que recorrem à IA refere um aumento das receitas e da produtividade. No entanto, a utilização da IA e de outras tecnologias digitais está atualmente mais concentrada nas empresas de maior dimensão (45% em comparação a apenas 32% das PME).

A perspetiva de Portugal relativamente aos poderes transformadores da IA reflete a dos seus homólogos europeus. Mais de metade (64%) das empresas portuguesas considera que a IA vai transformar completamente, ou em grande parte, os seus sectores e 77% afirma que a tecnologia digital desempenha um papel importante, ou mesmo essencial, na concretização dos seus objetivos de crescimento a cinco anos.

As ambições digitais de Portugal são sustentadas por um maior investimento em tecnologia digital e as empresas aumentaram-no em 61% desde setembro de 2022, dez pontos percentuais acima da média europeia (51%).

Neste investimento no digital, a computação na cloud é decisiva e a sua adoção entre as empresas portuguesas cresceu para 27% em 2023, sendo que a maioria (81%) já ouviu falar da tecnologia, um pouco inferior à média europeia de 85%. Estas referem que o principal benefício é o apoio a práticas de trabalho à distância ou flexíveis e 60% das empresas portuguesas assinalou este benefício específico, em comparação com 50% em toda a Europa.

 

Falta de competências digitais trava o investimento

Para uma adoção plena das tecnologias, as empresas referem com maior frequência a falta de competências digitais, sendo que apenas uma minoria (19%) considera fácil recrutar recursos humanos com as competências adequadas. Estes dados confirmam-se no facto de 71% das empresas portuguesas afirmar que as dificuldades em contratar pessoas com boas competências digitais estão a travar o crescimento da sua atividade, quando a média europeia é de 44%.

Com a Comissão Europeia a ficar oito milhões aquém do objetivo de ter, pelo menos, 20 milhões de pessoas empregadas como especialistas em TIC até 2030, resolver esta lacuna de competências é fundamental para a democratização eficaz da tecnologia de IA em toda a Europa.

Tendo em conta este contexto, não é de surpreender que mais de um terço (34%) dos cidadãos em idade ativa considere que a sua falta de competências digitais constitui um obstáculo às oportunidades de emprego. Por outro lado, 74% das empresas portuguesas prevê que, em apenas cinco anos, as competências digitais ultrapassarão as qualificações universitárias tradicionais em termos de importância para a maioria das funções.

“Portugal depara-se com uma oportunidade sem precedentes”, afirma Suzana Curic, a nova Country Leader da AWS em Portugal e Espanha. “As empresas reconhecem as vantagens da IA para o seu crescimento e produtividade, enquanto as pessoas reconhecem o seu poder de transformar a forma como vivem e abordam os maiores desafios da sociedade. Para alcançar todo o potencial da inteligência artificial, é essencial que Portugal disponibilize o apoio correto à estratégia das competências digitais e à segurança regulamentar, de modo a apoiar as ambições das empresas e dos cidadãos”.

Em Portugal, a AWS, através de parcerias públicas e privadas, disponibiliza programas de ensino e formação, como o AWS re/Start, o AWS Academy e o AWS Educate, e está globalmente empenhada em formar 29 milhões de pessoas, na área de tecnologias da cloud, até 2025. O AWS re/Start, por exemplo, trabalha com organizações locais e oferece o programa em mais de 180 cidades e 60 países em todo o mundo. No geral, este programa possibilita oportunidades de entrevista de emprego a mais de 98% dos seus graduados.

 

Democratizar a tecnologia

Apesar da preocupação das empresas relativamente às competências dos seus colaboradores, mais de metade dos portugueses (55%) acredita que a IA vai criar mais oportunidades do que riscos no que diz respeito à segurança dos seus empregos e ao futuro do trabalho.

Além disso, 72% dos portugueses prevê que a IA transforme a forma como se prestam cuidados de saúde e 63% diz que esta tecnologia vai transformar a educação nos próximos cinco anos. Mais de metade (60%) dos portugueses acredita que a IA será importante para enfrentar grandes desafios da sociedade, como as alterações climáticas e o controlo de doenças, números que ultrapassam a média europeia, de 52%.

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