As insolvências globais registaram um crescimento de 23%, em 2023, como reflexo do complexo ambiente de negócios, marcado pela atividade económica em recessão e pela retirada gradual dos estímulos pandémicos.
De acordo com o último relatório divulgado pela Crédito y Caución, que acompanha a situação em 29 dos principais mercados mundiais, 24 registaram aumentos nas insolvências. Embora estes tenham globalmente regressado ao seu nível pré-pandemia de 2019, não se espera que estabilizem até 2025.
Espera-se, ainda, um novo aumento de 16%, em 2024, decorrente da pressão que as empresas estão a enfrentar com as elevadas taxas de juro e a queda da procura. A previsão da Crédito y Caución é que as insolvências em Portugal cresçam 34%, em 2024.
Entre os mercados que começaram 2023 abaixo dos níveis pré-pandemia, Suécia, Irlanda e Austrália excederam significativamente os níveis de 2019, indicando um alto risco de incumprimento para as suas empresas. Nos Países Baixos, Estados Unidos da América, Hong Kong, Japão e França, os ajustamentos ocorreram no quadro da normalização nos seus níveis históricos. Bélgica, Singapura, Polónia, Brasil e Portugal mantiveram-se estáveis abaixo dos valores de 2019.
Entre os mercados que iniciaram 2023 acima dos níveis de insolvência pré-pandemia, Coreia do Sul, Finlândia e Canadá registaram aumentos significativos, devido a incumprimentos por parte de empresas zombie. Turquia, Reino Unido, Suíça e Espanha saíram de 2023 com níveis particularmente elevados de insolvência, em comparação com 2019. As falências nestes países atingiram um novo normal, superior ao valores anteriores à pandemia, devido às condições económicas adversas que enfrentam.
Aumento das insolvências
Em 2024, a seguradora de crédito espera um aumento relativamente forte das insolvências na América do Norte (25%), impulsionado pelos Estados Unidos. O aumento será menor na Europa (12%), onde o processo de normalização dos níveis de insolvência está mais avançado. Na Ásia-Pacífico (-2%), os aumentos e diminuições das insolvências nos seus diferentes mercados irão compensar-se.
Por mercado, as maiores taxas de crescimento em insolvências serão registadas em Itália, Singapura, Países Baixos, Portugal, Polónia e Estados Unidos, onde as insolvências ainda estavam abaixo dos seus valores históricos no início de 2024. Alguns países, como a Coreia do Sul, a Irlanda, o Canadá e a Finlândia, deverão assistir a uma normalização descendente das insolvências.
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