in

Inovações têm taxa de fracasso de 100% se não estiverem nas prateleiras da Mercadona, Lidl e Dia

O acesso do consumidor a produtos considerados inovadores é muito baixo, devido à falta de apoio de várias cadeias líderes da distribuição.

Esta é a principal conclusão do estudo “Radar da Inovação 2016” , conduzido pela consultora Kantar Worldpanel ano mercado espanhol, no seguimento de um desafio que lhe foi lançado pela Promarca, a associação espanhola que congrega os interesses das marcas de fabricante.

O estudo debruça-se sobre o sector do grande consumo e incide especialmente na falta de envolvimento de alguns operadores individuais. “A Mercadona, a cadeia líder, apenas comercializou 15% das inovações das marcas de fabricante em 2016, sendo uma das taxas mais baixas, apenas à frente do Lidl (9%) e um pouco atrás da Dia (19%)“. De acordo com a Promarca, “isto afeta negativamente o sucesso das inovações e, portanto, o incentivo para continuar a inovar por parte dos fabricantes. As suas inovações não chegam ao consumidor e não podem obter um retorno suficiente sobre os seus investimentos. Mercadona, Lidl e Dia continuam sem apoiar a inovação das marcas de fabricante, que não são capazes de compensar, mesmo que remotamente, com as suas inovações“.

De acordo com a Promarca, a cadeia líder apenas referencia 25% das inovações dos fabricantes. Em contraste, enfatiza o alto nível de referenciamento do Carrefour (62%), Alcampo (53%) e Eroski (51%).

Juntamente com as três barreiras tradicionais à inovação, como os obstáculos administrativos, a falta de unidade do mercado e o tamanho frequentemente pequeno das empresas, para Ignacio Larracoechea, presidente da Promarca, há um quarto problema. “Os obstáculos que existem na cadeia de distribuição. Algumas cadeias de supermercados recusam-se a comercializar inovações. Esta é uma das principais razões pelas quais a taxa de penetração de produtos inovadores em Espanha é a mais baixa na Europa“.

A este respeito, de acordo com o “Radar de Inovação 2016”, a distribuição ponderada em média das inovações foi de 20,4% no ano passado. Ou seja, as cadeias em que estavam presentes estes produtos representam, em participação média, 20,4% do mercado. Este nível é semelhante ao dos últimos três anos. A taxa de sucesso de novos produtos foi de 53% em 2016.

No entanto, Ignacio Larracoechea e César Valencoso, da Kantar Worldpanel, apontam que “se uma inovação está em algum dos top 3 da distribuição – Mercadona, Carrefour ou Dia –a taxa de sucesso é de 70%. Em contrapartida, se uma inovação não encontra espaço nas prateleiras de qualquer uma destas três cadeias, a taxa de fracasso é de 100%“.

Para além deste problema, os dados sugerem que a inovação na Espanha cresceu em 2016 pelo segundo ano consecutivo, concretamente uns 11%. De acordo com o “Radar da Inovação 2016”, lançaram-se 131 novos produtos. Este valor, apesar da recuperação, corresponde uma queda de 16% desde 2010, ano em que o declínio foi iniciado.

Último Bastardinho de Azeitão chega ao mercado

Margrill amplia portfólio com produtos prontos a confecionar