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Imobiliário comercial português movimentou 885 milhões de euros

Entre janeiro e junho de 2016, foram investidos 885 milhões de euros na aquisição de imóveis de uso comercial em Portugal. Este volume de investimento foi aplicado em 21 transações, as quais envolveram imobiliário de retalho, de escritórios, de logística/industrial e ainda hotéis. Os dados são revelados pela JLL no seu mais recente Market Pulse, onde a consultora analisa a performance dos mercados ocupacionais e de investimento imobiliário no segundo trimestre de 2016.

Os imóveis para uso de retalho foram os mais transacionados no semestre, concentrando 45% do total investido, e também os ativos de escritórios mereceram a atenção dos investidores, ao serem responsáveis por 39% do volume semestral de investimento. No seu relatório trimestral, a JLL dá ainda nota de que a classe “Outros Usos” (onde a hotelaria é dominante) teve um peso de 11%, sendo que o sector industrial concentrou apenas 4% do volume transacionado no semestre.

De acordo com Pedro Lancastre, diretor geral da JLL Portugal, “o investimento em imobiliário comercial mantém-se bastante elevado, voltando a superar, em apenas um semestre, o total anual registado entre 2008 e 2014. As perspetivas são para que, no restante do ano, os volumes transacionados continuem em níveis bastante elevados, apesar de uma conjuntura europeia mais marcada pela incerteza. No caso do Brexit, que já afetou o mercado de investimento do Reino Unido, não se verifica, até agora, impacto em Portugal e, mesmo a médio-prazo, qualquer reflexo deverá ser pouco expressivo. Por isso, acreditamos que os investidores vão continuar a considerar o nosso mercado nas suas estratégias, aproveitando muitas das boas oportunidades existentes com boas rentabilidades, voltando a colocar 2016 como ano recorde de investimento imobiliário”.

Ainda no âmbito do mercado de investimento, a JLL apurou que mais de 95% do volume investido é de origem internacional, revelando também que as yields se mantiveram inalteradas em todos os segmentos no segundo trimestre face ao anterior, quando se tinha assistido a uma compressão generalizada. Ainda assim, em termos homólogos, continuam a descer de forma transversal a todos os segmentos, com compressões entre 125 e 50 pontos base.

Nos mercados ocupacionais, o balanço semestral refletido no Market Pulse é igualmente animador. Nos primeiros seis meses do ano, as empresas arrendaram mais 57% de área de escritórios do que no mesmo período de 2015. No total, foram ocupados 79.506 metros quadrados de escritórios em Lisboa na primeira metade do ano, dos quais 46.120 metros quadrados no segundo trimestre. Associado a este dinamismo e ao facto de a promoção de novos escritórios ser bastante limitada, a taxa de disponibilidade voltou a recuar, terminando o semestre nos 10,4% do stock existente de escritórios (cerca de 4,6 milhões de metros quadrados). Pelas mesmas razões, a renda prime de referência, que é de 18,5 euros/metro quadrado/mês, mantém a tendência de subida, ainda que ligeira. Esta tendência é igualmente patente em zonas como o Parque das Nações e o Corredor Oeste, mas com crescimentos mais acentuados entre 10% e 20% em termos homólogos, fixando-se no final do semestre, respetivamente, em 14,5 euros/metro quadrado/mês e 12 euros/metro quadrado/mês.

No mercado de retalho, a evolução é também positiva, especialmente no comércio de rua, quer em Lisboa quer no Porto. Este segmento tem beneficiado do “boom” do turismo, particularmente nas zonas históricas, mas também das mudanças de hábitos de consumo, que estão a marcar um regresso das vivências de bairro e da revitalização do comércio de conveniência em zonas residenciais. Em Lisboa, o Chiado é atualmente a principal referência, com uma renda de 120 euros/metro quadrado/mês, numa subida homóloga de 9% no segundo trimestre, e uma ocupação quase plena nos principais eixos. O interesse dos retalhistas nesta zona tem aumentado o dinamismo em eixos mais secundários e com rendas mais acessíveis, como a Rua da Misericórdia e a Rua do Alecrim, como foi patente nas aberturas de lojas no semestre, casos da Paez e DCK. Já na Avenida da Liberdade, mais conotada com um segmento de luxo e uma renda de 90 euros/metro quadrado/mês, que se manteve estável em termos homólogos, a disponibilidade de espaços está menos limitada, devido ao surgimento de novos projetos de reabilitação. Neste semestre, destaca-se a abertura da Loja das Meias. Na Baixa, a disponibilidade de espaços é também reduzida, sendo esta a zona que mais beneficiou com o turismo e onde as rendas mais têm subido. Neste caso, a renda, em torno do 90 euros/metro quadrado/mês, subiu 29% em termos homólogos no segundo trimestre. A Adidas e a Geox/Sketchers foram algumas aberturas nesta zona durante o semestre.

No Porto, o principal eixo da Baixa – a rua de Santa Catarina – tem também estado no radar dos retalhistas, igualmente devido ao turismo, com uma subida homóloga de 25% nas rendas para os 50 euros/metro quadrado/mês. As zonas dos Clérigos e dos Aliados também estão bastante dinâmicas, esperando-se novos projetos e lojas ainda este ano.

A JLL sublinha ainda que os centros comerciais prime também beneficiaram do turismo, embora se continuem a diferenciar os ativos prime dos secundários. Ainda assim, o ritmo de novas aberturas mantém-se muito reduzido, com apenas dois projetos inaugurados no semestre, nomeadamente o Nova Arcada, em Braga, com 68.000 metros quadrados, e o Rio Retail Park, em Monção, com 10.500 metros quadrados. As rendas dos centros comerciais situam-se em 100 euros/metro quadrado/mês, evidenciando uma variação homóloga positiva de 5%, e os retail parks, com uma renda de 10 euros/metro quadrado/mês, mantêm-se inalterados. Face ao trimestre anterior, em todos os segmentos de retalho, as rendas não sofreram alterações.

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