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Grupos e alianças de compras reforçam a sua presença na Europa

Os grupos de compras estão a aumentar a sua presença na Europa, à medida que os retalhistas querem elevar a sua posição concorrencial num mercado desafiado pelo online, marketplaces globais, mudanças de canal e concentração do retalho. De acordo com uma análise do Planet Retail, as mudanças sociais e tecnológicas, em particular, resultaram num cenário altamente competitivo, moldado pelo crescimento em valor e o comércio eletrónico.

Philippe Grutyers, diretor da EMD, confirma que a concorrência aumentou significativamente para os membros deste grupo de compras, devido à maior concentração do retalho e ao online, mas também graças ao relevante crescimento dos operadores de discount na Europa. “Os nossos membros têm de concorrer num cenário diferente do de há 10 anos”.

Perante esta realidade, grandes grupos como a AgeCore, Coopernic, AMS e EMD procuram oferecer soluções para os retalhistas que procuram vantagens de escala inatingíveis nos seus mercados domésticos, seja pela via do crescimento orgânico ou através de aquisições. Segundo o Planet Retail, para os fornecedores podem haver ganhos em termos de distribuição dos produtos e entrada em novos mercados. Como explica o diretor da EMD, os membros têm todos compromissos semelhantes, pelo que o marketing é similar em todos os mercados. “Oferecemos uma rede internacional de lojas para o desenvolvimento das atividades de marketing que os fornecedores queiram executar a um nível europeu”.

Tendo em conta os fatores atualmente em jogo, o Planet Retail acredita que a colaboração entre os retalhistas europeus vai aumentar. Existem ainda operadores de peso em vários mercados que não estão ligados a qualquer grupo. Paralelamente, os novos mercados também apresentam oportunidades. A EMD, por exemplo, integrou a Lenta e passou a ter presença no mercado russo, onde os grupos de compra têm ainda pouca expressão. Também existe a possibilidade de estabelecer parcerias globais, o que pode ser exemplificado com a integração da australiana Woolworths. No entender de Philippe Grutyers, este pode ser um modelo para outros retalhistas interessados em aumentar as compras europeias.

Com os grupos de compras a ampliarem a sua presença, existe ainda o potencial dos retalhistas alcançarem relações de colaboração mais pequenas e focadas em aspetos específicos, como o sourcing de grandes marcas, marcas próprias ou frescos. Este tipo de alianças terá menos membros e será menos formal. A criação da Eurelec, envolvendo a alemã Rewe e o francês E.Leclerc, é um bom exemplo deste tipo de colaborações. Outras alianças, como a que liga a Cora ao Carrefour, são mais especializadas.

O Planet Retail acredita, assim, que os fabricantes de Fast Moving Consumer Goods (FMCG) deverão preparar-se para um maior envolvimento dos retalhistas em grupos de compras e a criação de alianças mais pequenas este ano. Compreender a estrutura de cada grupo será uma necessidade, uma vez que a distribuição dos produtos poderá ser influenciada se os membros forem retalhistas verticalmente integrados ou redes de lojas independentes, onde os donos podem decidir sobre produtos e promoções.

Para os fabricantes que procuram ampliar a sua distribuição e entrar em novos mercados, os grupos de compras podem ser a porta de entrada. Com membros representados em muitos mercados da Europa Central e de Leste, podem dar vantagens aos fabricantes que procuram uma cobertura europeia. Os fornecedores de marca própria também devem estar atentos às oportunidades de volume proporcionadas pelo fortalecimento dos grupos e alianças de compras.

Não obstante, à medida que ganham escala, os grupos de compras irão usar a seu favor o volume consolidado nas negociações com os fornecedores. Uma vez que os retalhistas mudam muitas vezes de grupos de compras, pode complicar as negociações.

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