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Grupo Garland estima crescimento de 5,3% no 1.º semestre

Desde 2012, um ano após a entrada do FMI em Portugal, a Garland investiu aproximadamente 11 milhões de euros em instalações logísticas, infraestruturas e em tecnologias de informação. Este ciclo de investimento deverá ficar concluído no próximo ano, com mais um milhão de euros.

Esta estratégia tem permitido ao grupo português, uma das principais empresas nacionais de transportes, logística e navegação, manter uma média de crescimento de 6,8% nos últimos três anos. Em 2016, o volume de negócios foi de 112 milhões de euros e, no primeiro semestre do ano, é já 5,3% superior ao alcançado em período homólogo.

Até ao final deste mês, o Grupo Garland estima faturar sensivelmente 58,4 milhões de euros, devendo-se o crescimento sobretudo ao impulso que o volume de negócios em território nacional tem registado, concretamente 47,9 milhões de euros, mais 8% que em 2016. No final do ano, a empresa quer chegar aos 120 milhões de euros de faturação e a um crescimento superior a 5%, resultados que espera alcançar em função de um primeiro quadrimestre animado pelo crescimento das exportações nacionais, sobretudo para mercados como o norte-americano.

Em 2016, o sector de transportes e logística foi o que mais concorreu para os resultados alcançados, mais precisamente para um total de faturação de 62,8 milhões de euros, mais 7,5% que em igual período do ano anterior. Esta área de negócio representou 56,1% do volume de negócios alcançado.

Com um crescimento de 2,75% comparativamente a 2015, a Garland conseguiu contornar os efeitos de alguns acontecimentos negativos que marcaram o sector. Recorde-se que o transporte marítimo de mercadorias tem tido um crescimento muito moderado, tendo Portugal enfrentado a contestação no Porto de Lisboa.

De assinalar ainda o crescimento de quase 20% da Garland no transporte aéreo de mercadorias para exportação, em contraciclo com o sector que registou um decréscimo.

Aproximadamente 14% da faturação da Garland em 2016 proveio já da internacionalização. Processo com que o grupo arrancou apenas em 2014, com a abertura, em maio, da delegação de Marrocos (na altura, em parceria com a Naxco, e, há cerca de um ano, a solo) e, em outubro, das filiais espanholas em Valência e Barcelona. “Temos vindo sempre a crescer acima dos 5% ao ano. Em 2015, chegámos aos 11,2%. Sabíamos que, em 2016, também cresceríamos, mas mais moderadamente. Por um lado, a Garland está a fechar um ciclo em que investimos muito no negócio, sobretudo ao nível de construção e remodelação de instalações logísticas e de adoção de tecnologias de informação. Por outro, o sector atravessou um ano complicado”, analisa Peter Dawson, presidente do conselho de administração do Grupo Garland.

O mercado de transportes e logística tem absorvido a maior parte dos investimentos da Garland desde 2012. O segundo Centro Logístico da Maia, inaugurado nesse ano pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e vencedor de vários prémios de melhor empreendimento industrial do ano, foi ampliado no ano passado com vista a receber uma nova unidade de negócio, a logística para e-commerce , na qual a empresa está empenhada em se tornar um dos principais “players” a médio prazo. O investimento foi de 500 mil euros. Já o primeiro Centro Logístico da Maia está a ser intervencionado este ano, num investimento de 1,4 milhões dxe euros.

A remodelação do Centro Logístico da Abóboda e construção do edifício social para onde a Garland mudou a sua sede, depois de mais de um século sediada no Cais do Sodré, custou 3,5 milhões de euros. O ano passado ficou marcado ainda pela abertura do novo Centro Logístico de Gaia, resultante da requalificação da antiga fábrica Yazaki Saltano, um investimento de 3,5 milhões de euros, e do arranque do Centro Logístico da Mealhada, um imóvel arrendado.

A fechar este ciclo, a Garland já investiu mais de 1,5 milhões de euros na modernização da empresa com tecnologias de informação. “Pretendemos ser cada vez mais competitivos, reduzir custos e permitir que os clientes conheçam ‘just in time’ o estado dos seus processos e, para tal, temos vindo a adotar, entre outras TI, softwares de última geração”, refere Peter Dawson.

Em 2016, a Garland movimentou 23 mil camiões internacionais e foi responsável por mais de 194 mil serviços de transporte de mercadorias terrestre. Com 793 mil toneladas carregadas, a empresa movimentou 170 mil paletes, mais de dois milhões de peças de vestuário penduradas e mais de 8,5 milhões de caixas. Cerca de 1.150 toneladas foram transportadas via aérea.

Ainda a justificar os bons resultados na área de transportes e logística está a abertura do escritório no Parque da Autoeuropa, em Palmela, que tem permitido à Garland crescer no ramo automóvel.

O ano de 2016 foi marcado pela greve dos estivadores do Porto de Lisboa, que concorreu para a extinção de algumas linhas de navegação a escalar o porto da capital. Foi ainda dominado por fusões entre os grandes armadores, mas também pelo desaparecimento da Hanjin. A juntar a estas dificuldades, o arrefecimento económico do Brasil desencadeou impactos negativos no tráfego marítimo de e para Portugal. “A angariação de novas representações e a reativação da linha HDS do Irão permitiram-nos crescer ligeiramente no mercado nacional. Mas foi sobretudo internacionalmente que conseguimos compensar as dificuldades sentidas nos portos portugueses. Dos 43,7 milhões de euros que faturámos na área da navegação, mais de metade provêm de Espanha”, explica o presidente da Garland. Em 2016, a Garland atendeu 700 navios e movimentou 225 mil TEUS.

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