in ,

Gelatinas prontas dinamizam o mercado português

Os hábitos de consumo de gelatina continuam com uma tendência positiva junto dos consumidores portugueses. Produtos onde a sazonalidade é cada vez menos um fator de influência, as gelatinas, especialmente as opções mais light, têm as suas vendas potenciadas pela preocupação dos consumidores com a ingestão de açúcar. O formato das gelatinas prontas, em especial, é responsável pelo dinamismo que o mercado sente desde o início de 2015 e continua a conquistar cada vez mais adeptos.

A categoria de gelatinas em pó continua a assinalar crescimentos: comercializaram-se, em volume, 21,9 milhões de unidades, o que representa um aumento de 5%, segundo os dados da Nielsen relativos ao ano móvel findo na semana 24/2017. Em valor, a categoria é responsável por 17,6 milhões de euros em vendas, apresentando um crescimento de 6%.

Uma tendência que se regista desde o início de 2015, de acordo com a Kantar Worldplanel, que indica que se assinalam cada vez mais compradores e compras mais regulares no mercado das gelatinas. Uma escolha alimentar que reflete as preocupações com saúde e bem-estar por parte dos consumidores portugueses, dos quais, 58% compraram a categoria no último ano em Portugal Continental. “De 2016 a 2017, aumentou cerca de 4%, registando um peso de 65% na categoria das sobremesas. Devido a vários fatores, a sazonalidade continua a ter alguma importância, no entanto, graças à dinâmica das principais marcas e às preocupações alimentares, verifica-se cada vez mais uma menor sazonalidade”, concorda Bruno Silva, diretor de marketing da Condi. “Hoje em dia os consumidores estão cada vez mais informados e preocupados com a sua saúde e bem-estar e atentos às tendências alimentares, tendo consciência dos efeitos da ingestão excessiva de açúcar. E, neste sentido, as gelatinas nas suas opções sem açúcar apresentam-se como uma excelente ajuda para os consumidores”.

Oliver Perez, diretor de marketing da Danone, subscreve a mesma opinião. “É um segmento com crescimento em vendas e cada vez menos sazonal. Este tipo de produto tem entrado nas rotinas do consumidor português, nos momentos de snacking, mas principalmente como substituto de sobremesas no final de uma grande refeição, como o almoço ou o jantar, de forma a manter aquele momento de prazer, mas com uma opção com menos gordura, açúcar e calorias. Esta preocupação é clara quando analisamos as escolhas dos consumidores, não só no mercado de iogurtes, mas em toda a área alimentar, cada vez mais interessados nos valores nutricionais das suas escolha”. 

Novos momentos de consumo
Mas são as gelatinas prontas a comer as maiores responsáveis pelo dinamismo deste mercado. De acordo com a Kantar Worldpanel, tiveram o seu ponto alto no final de 2015, enquanto o segmento das gelatinas em pó apenas recuperou em 2016. No período analisado pela Nielsen, apresentaram vendas em volume de 77,9 milhões de unidades, o que representa uma evolução positiva de 13%, e em valor de 25,2 milhões de euros, num crescimento de 11%. “É uma categoria com grande dinamismo, mas tem abrandado o crescimento e, inclusivamente, este ano, já não cresce nas gelatinas em pó, categoria madura e com elevada penetração. Há uma tendência para o consumo de produtos já preparados, o que resulta em alguma transferência de consumo das gelatinas em pó para as gelatinas prontas, que crescem de forma mais significativa. Sendo uma sobremesa fresca, o pico de consumo ocorre no verão, embora, devido ao aumento de relevância do ‘saudável’, aliado ao desejo de estar em forma no verão, temos vindo a notar uma antecipação do pico, algo a que chamamos o ‘pré-verão’”, analisa Sofia Brás, brand manager da Royal.

Diz a Kantar Worldpanel que esta categoria se destaca ao ganhar cada vez mais adeptos e ao incrementar a frequência de compra. Nomeadamente, a introdução das opções com iogurte veio catalisar este mercado e introduzir novos momentos de consumo. “O mercado está a mudar e adaptar-se às necessidades de um consumidor cada vez mais exigente, mais interessado e onde a tendência é a procura de produtos nutricionalmente mais equilibrados. Além disso, a praticidade e tudo o que pode ajudar a manter um estilo de vida saudável com o ritmo mais acelerado são aspetos cada vez mais valorizados que temos de garantir nas futuras inovações. Pela adesão que sentimos a este produto, gelatinas de iogurte, um formato pronto a consumo, acreditamos que as gelatinas prontas têm vindo a conquistar mais adeptos, exatamente por se adaptarem a este novo ritmo diário e facilitar a oportunidade de comer algo saudável, prazeroso, de forma rápida e prática”, refere Oliver Perez.

Futuro
Mas o mercado das gelatinas não se fica por aqui. Apesar de 69% dos lares em Portugal Continental terem comprado a categoria no último ano, as gelatinas têm ainda potencial de penetração. “Trata-se de manter a categoria presente e relevante na mente do consumidor. Conseguimos isso com comunicação, construindo parcerias sólidas, como a que temos, por exemplo, com a Associação Portuguesa de Nutricionistas, lançando inovações que entusiasmem o consumidor, estando presentes e destacando-nos no ponto de venda com materiais que causem impacto, algo de que nos orgulhamos bastante, e, por fim, é também importante jogar com algumas promoções, visto também serem um incentivo de compra relevante”, analisa Sofia Brás.

Como em qualquer outra categoria, a visibilidade é a chave para angariar compradores, tanto no folheto como na loja. Pois uma elevada percentagem da decisão de compra é tomada já no ponto de venda. Ao que se juntam as inovações e a criação de novos momentos de consumo, como acontece com a mousse de gelatina, recentemente lançada pela Royal, e anteriormente com a introdução das gelatinas de iogurte. Segundo o diretor de marketing da Danone, este segmento, criado com o lançamento deste produto pela marca Corpos Danone, em 2014, tem vindo sempre a angariar novos compradores. “Acreditamos, no entanto, que ainda tem espaço para maturar, sendo que ativações diferenciadoras, edições limitadas ou lançamento de novos sabores são hoje em dia os grandes dinamizadores deste mercado”.

Por sua vez, Bruno Silva acredita que a categoria, como um todo, deverá estabilizar, mas os profissionais devem estar sempre atentos aos sinais que os consumidores vão transmitindo em termos de tendências de consumo. “A dinamização da categoria é algo em constante evolução para dar aos consumidores aquilo que eles vão solicitando ao mercado em termos de dinâmica promocional, novos produtos, novos sabores, entre outros. A Condi tem provado que os portugueses são muito abertos a novas propostas de sabores, como, por exemplo, papaia, tangerina, kiwi, melão, cereja, amora, entre outros, sendo extremamente inovadora na introdução de novas experiências de sabores. Tivemos a coragem de lançar cerca de 20 novos sabores, quando no mercado, até à entrada da Condi, não existiam mais de uma dezena”, explica. “Acreditamos que a dinâmica que a Condi deu às gelatinas poderá repeti-la com outras categorias, por isso, lançámos recentemente no mercado os novos e deliciosos Pudins Zero, fáceis de preparar (cinco minutos no micro-ondas, exceto o Flan, que deve ser preparado ao lume), uma excelente opção para quem procura sobremesas sem adição de açúcares, com poucas calorias (comparando com uma sobremesa tradicional), sem gordura, sem glúten e com baixo teor de sódio/sal”, remata o diretor de marketing da Condi.

Este artigo foi publicado na edição 46 da Grande Consumo.

Henkel alarga portfólio de Beauty Care com nova marca de cuidado capilar

Alibaba testa tecnologia de reconhecimento facial para recolha de encomendas