O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou em duas décimas de ponto percentual a sua previsão de crescimento para 2024, para 3,1%. A moderação da inflação e a resiliência do crescimento económico, principalmente nos Estados Unidos e em várias economias emergentes, está na base da atualização das perspetivas económicas.
O FMI destaca que a recuperação económica global está a revelar-se “surpreendentemente resiliente”, no rescaldo pandemia de Covid-19, da invasão da Ucrânia pela Rússia e do impacto do aumento do custo de vida. De acordo com o organismo, a inflação está a diminuir mais rapidamente do que o esperado, após ter atingido o pico em 2022, e o seu impacto no emprego e na atividade económica está a ser menor do que o esperado.
Perspetivas
O FMI projeta que o crescimento global, estimado em 3,1% em 2023, permanecerá em 3,1% em 2024 e aumentará ligeiramente para 3,2% em 2025, uma melhoria de duas décimas para este ano em relação à previsão de outubro, como resultado de revisões em alta na China, nos Estados Unidos e nas principais economias emergentes.
Mas, apesar desta revisão em alta, a projeção para o crescimento mundial em 2024 e 2025 situa-se abaixo da média anual histórica (2000-2019) de 3,8%, devido ao efeito de políticas monetárias restritivas e à esperada retirada do apoio orçamental, bem como ao baixo crescimento da produtividade subjacente.
Nas economias avançadas, espera-se que o crescimento abrande ligeiramente, de 1,6% em 2023 para 1,5% em 2024, antes de recuperar para 1,8% em 2025.
No que se refere à zona euro, o crescimento esperado atingirá 0,9% em 2024 e 1,7% em 2025, após os 0,5% estimados para 2023. Em comparação com as previsões de outubro, o crescimento para 2024 é revisto em baixa em 0,3 pontos percentuais.
Inflação
Em relação à inflação, o FMI espera que o nível global caia de uma estimativa de 6,8% em 2023 para 5,8% em 2024, confirmando a sua previsão anterior, e para 4,4% em 2025, menos duas décimas do que o estimado anteriormente.
Espera-se que a inflação registe uma moderação mais rápida nas economias avançadas – onde se perspetiva que diminua dois pontos percentuais em 2024, para 2,6% – do que nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento – onde se espera que diminua apenas 0,3 pontos percentuais, para 8,1%.
No entanto, o FMI alerta para o risco das tensões geopolíticas poderem levar a uma nova escalada dos preços, referindo o risco do conflito em Gaza se alastrar a toda a região, que produz cerca de 35% das exportações mundiais de petróleo e 14% das exportações de gás, bem como o efeito dos ataques no Mar Vermelho e da guerra em curso na Ucrânia sobre os preços da alimentação, energia e custos de transporte.