De acordo com o “Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal”, realizado pela Crédito y Caución e Iberinform, os atrasos nos pagamentos continuam a ter um impacto profundo no tecido empresarial português. Dos 300 gestores empresariais entrevistados, 72% relata efeitos negativos significativos nos seus resultados financeiros e 14% das empresas diz que enfrenta risco de encerrar devido ao crédito malparado.
O estudo destaca que os atrasos nos pagamentos têm implicações profundas nas operações das empresas: 38% enfrenta aumento dos custos financeiros, agravando as suas despesas operacionais; 35% é forçado a abrandar a expansão comercial, comprometendo o crescimento; 35% limita novos investimentos, reduzindo a capacidade de inovação e 18% relata perdas significativas de rendimento, colocando em risco a viabilidade do negócio.
Além disso, as pequenas e médias empresas, devido à sua menor resiliência financeira, são as mais vulneráveis, com tensões de liquidez particularmente desestabilizadoras.
A matemática dos incumprimentos
O estudo ilustra o impacto do crédito malparado. Uma empresa com uma margem comercial de 10% que sofre um incumprimento de 10 mil euros precisa de gerar 100 mil euros em novos negócios para compensar os custos de produção associados à perda.
Este desafio é agravado pelo aumento dos custos de produção e pelas taxas de juro elevadas, que reduzem ainda mais as margens de lucro.
O estudo sublinha, então, a importância de implementar estratégias eficazes para mitigar os riscos de incumprimento, como monitorizar cuidadosamente a solvência dos clientes, estabelecer políticas claras de crédito comercial e utilizar seguros de crédito ou serviços de factoring para minimizar os impactos de atrasos.