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“Estamos todos a bordo nesta viagem pelo universo digital porque a oportunidade é, de facto, muito relevante”

A Repsol lançou uma nova plataforma que permite encomendar garrafas de gás e efetuar o pagamento, de uma forma célere e cómoda, em qualquer local. O serviço está já disponível em muitos distritos do país, como Lisboa, Porto, Faro, Leiria, Castelo Branco, Santarém e Beja, prevendo-se que até ao final do primeiro semestre esteja acessível em grande parte do território português continental. O lançamento desta plataforma, inovadora em Portugal, é um passo muito importante para a Repsol, que quer contribuir para a digitalização num sector que abastece hoje todo o território e que passa, assim, a oferecer mais uma opção ao cliente, como nos conta Marcos Madeira, diretor comercial da Repsol Gás.

Grande Consumo – Como se tem desenvolvido o mercado de gás engarrafado embalado em Portugal?

Marcos Madeira, diretor comercial Repsol Gás

Marcos Madeira – O GPL (gás de petróleo liquefeito) tem demonstrado uma enorme resiliência no mercado nacional. As suas caraterísticas ímpares fazem desta fonte de energia uma verdadeira opção, tanto para uso doméstico, como profissional.

Segundo dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) de 2020, cerca de dois terços das famílias recorrem a esta fonte de energia. E não, não devemos utilizar a falácia de que é pela inacessibilidade às demais. Vejam-se os resultados do projeto ECSI Portugal (European Customer Satisfaction Index – Portugal), que faz um retrato à satisfação dos clientes em vários sectores, em que os consumidores de GPL se destacam pela positiva.

Esta constatação advém obviamente do produto, mas também da cobertura geográfica, que permite o fácil acesso a esta fonte de energia em todo o território nacional. Isto implica, obviamente, uma cadeia de distribuição, com a participação de múltiplos atores, entre eles as microempresas que asseguram a última fase do processo. Numa base diária, faça chuva ou faça sol, 50 mil profissionais entregam energia diretamente na casa e nos negócios dos portugueses, garantindo energia acessível, com a máxima comodidade.

Quando utilizamos a tecnologia para potenciar e comunicar todas as valências do gás engarrafado, temos reunidos todos os ingredientes para um futuro risonho, cheio de vitalidade.

 

GC – Quais são as mais-valias do gás engarrafado? Os consumidores portugueses ainda encontram benefícios nesta fonte de energia?

MM – Como não encontrar benefícios? O gás engarrafado embalado proporciona aos consumidores o acesso a uma fonte de energia limpa, segura, económica e transportável e, desta forma, um nível de conforto e de qualidade de vida a que muitos deles, de outra forma, se veriam privados.

A qualidade e a fiabilidade dos aparelhos que utilizam gás, juntamente com a grande vantagem do gás engarrafado ser um combustível de elevado poder calorífico, asseguram ao consumidor, além de um elevado rendimento, um baixo custo de manutenção.

A mobilidade que é possível com esta forma de energia permite que os seus usos sejam extremamente diversos, desde os domésticos, mais tradicionais, como o aquecimento ou a cozinha, mas também nas atividades ao ar livre, como campismo, grelhadores e aquecedores de esplanada. Esta fonte de energia é, de facto, a mais fácil de transportar.

As vantagens não são apenas para uso doméstico, estendem-se, também, ao segmento profissional, que tem, atualmente, equipamentos disponíveis que permitem uma multiplicidade de usos desta forma de energia.

Não nos podemos esquecer, ainda, do papel relevante do GPL na transição energética em curso: o nível de CO2 libertado pela sua utilização é, consideravelmente, reduzido e a sua acessibilidade, já explicada, constitui uma opção concreta neste caminho da descarbonização.

 

GC – Os portugueses utilizam o gás como única fonte de energia ou funciona como alternativa e complemento da eletricidade? Esta fonte de energia garante uma salvaguarda energética?

MM – Na Repsol, acreditamos que todas as fontes de energia têm as suas mais-valias, com particularidades e propriedades próprias, e que, ao invés de concorrerem entre elas, devem complementar-se. Como empresa multienergética, não acreditamos em soluções universais como as que colocam, por exemplo, a eletricidade de um lado e as restantes fontes de energia do outro.

Já elenquei as vantagens do GPL embalado, que lhe conferem uma grande universalidade e qualidades únicas. O gás engarrafado responde a necessidades que, por exemplo, o gás natural não contempla e que a eletricidade não resolve. Esta energia acaba, assim, por ser indispensável para uma parte relevante dos portugueses.

Desta forma, faço a ponte para a segunda questão, relacionada com a salvaguarda energética do país. Recentemente, temos assistido a casos paradigmáticos que denotam as fragilidades da aposta numa única fonte de energia. Não devemos sobrecarregar as infraestruturas existentes, sob pena de termos “apagões” generalizados similares aos que aconteceram nos Estados Unidos da América, onde todas as lacunas ficaram expostas.

“Na Repsol, acreditamos que todas as fontes de energia têm as suas mais-valias, com particularidades e propriedades próprias, e que, ao invés de concorrerem entre elas, devem complementar-se. Como empresa multienergética, não acreditamos em soluções universais como as que colocam, por exemplo, a eletricidade de um lado e as restantes fontes de energia do outro”

 

GC – Quem são os principais consumidores no mercado do GPL embalado em Portugal, os clientes diretos ou os negócios dos portugueses?

MM – O GPL, pela universalidade de aplicações existentes, é de facto um produto transversal, sendo utilizado por todo o tipo de clientes.

O nosso produto chega aos clientes, sejam particulares, sejam empresariais, através da nossa rede de concessionários. Sabemos que o GPL embalado tem uma forte expressão no sector empresarial, em particular para cobrir as necessidades dos negócios de pequenas e médias empresas, com soluções personalizadas para os vários sectores do mercado empresarial, adaptadas a cada sector de atividade, no canal Horeca, na agricultura, na indústria ou nos serviços.

Seguimos de perto o mercado, as suas necessidades e, como tem sido nosso apanágio, investimos em investigação e desenvolvimento, numa lógica de melhoria contínua, por forma a disponibilizar as melhores soluções, as mais vanguardistas. A título de exemplo, já no contexto pandémico, a Repsol lançou uma nova garrafa de carburação, uma mistura de gás butano e propano, única no mercado português, que garante menos emissões poluentes e mais capacidade de acondicionamento de gás, desenvolvida para otimizar os processos produtivos das empresas.

GC – O que motivou a Repsol a lançar a plataforma QueroGás, em fevereiro?

MM – O QueroGás é um projeto precursor no sector. Uma resposta afirmativa ao mercado, às novas tendências de consumo, aos novos consumidores – alguns deles nativos digitais -, que almejam um serviço diferente: mais rápido, cómodo, seguro e digital.

O e-commerce de gás engarrafado é, também, uma oportunidade para os nossos parceiros digitalizarem os seus negócios, tornando-os mais resilientes e percorrerem esta jornada digital connosco.

A pandemia de Covid-19, mais do que acelerar a transformação digital, demonstrou que a tecnologia é uma ferramenta à disposição das pessoas, capaz de esbater barreiras e melhorar o quotidiano.

“O e-commerce de gás engarrafado é, também, uma oportunidade para os nossos parceiros digitalizarem os seus negócios, tornando-os mais resilientes e percorrerem esta jornada digital connosco”

 

GC – Para os clientes que já utilizam gás engarrafado embalado, quais são os benefícios de utilizar este serviço totalmente digital face o modelo anterior?

MM – Com o QueroGás, o cliente pode encomendar a sua garrafa de gás da Repsol, em todos os dispositivos – smartphone, desktop ou tablet -, escolher uma janela horária para a entrega e efetuar o pagamento através da plataforma, utilizando o Multibanco, cartão de crédito ou MBWAY, com a máxima segurança e comodidade.

Durante o processo de encomenda, consegue trocar uma garrafa de gás de outra marca, escolhendo essa opção na zona de “troca de garrafa”, sem custo associado (caso compre uma garrafa da mesma gama). No resumo da encomenda, tem acesso aos contactos do distribuidor que escolher para a sua compra, onde, poderá, por exemplo, adquirir um novo redutor.

Para além disso, aquando da compra da garrafa de gás, o cliente acumula pontos Repsol Move, no programa de fidelização da Repsol, que poderão ser rebatidos por vários produtos e serviços.

 

GC – Esta novidade da Repsol é mais um passo para a digitalização deste sector que abastece o território nacional. É hoje cada vez mais urgente existir esta transição para o universo do digital no mercado do GPL embalado?

MM – Acredito que é o trajeto normal de um sector nevrálgico para a sociedade. No caso da Repsol, temos liderado pelo exemplo a vários níveis, pelo que este não é exceção.

Logramos apostar na digitalização em todos os negócios, pois percebemos as potencialidades da tecnologia. No Plano Estratégico 2021-2025, elegemos como prioridade o desígnio de colocar o cliente no centro de toda a estratégia e disponibilizar-lhe não apenas o melhor produto, mas também o melhor serviço.

 

GC – Uma plataforma de e-commerce para a comercialização de garrafas de gás embalado seria possível antes do atual contexto de confinamento e restrições à mobilidade?

MM – Sim, seria sempre o nosso caminho e até iniciámos o projeto ainda em 2019. Aliás, o QueroGás é o corolário de diversos estudos que temos vindo a desenvolver, com o objetivo de responder às necessidades dos consumidores e ir ao encontro das suas preferências.  O contexto atual veio corroborar as nossas conclusões e acelerar a disponibilização deste serviço digital.

Não obstante, convém salientar que, como atividade essencial, indispensável para o bem-estar das pessoas, o sector nunca parou e continuou a entregar nas casas e nos negócios dos portugueses gás engarrafado para satisfazer as suas necessidades energéticas.

 

GC – Quais foram as principais dificuldades de se digitalizar uma atividade com bastantes anos no mercado?

MM –Julgo que são as normais quando introduzimos uma inovação num sector onde já se trabalha há muitos anos numa perspetiva de serviço ao cliente, com rapidez de resposta.

É necessário construir a perspetiva de futuro e os ganhos que este tipo de plataformas podem ter a médio prazo, alguns dos nossos parceiros já tinham iniciado o caminho, mas a verdade é que a maioria ainda não.

Reforçámos a nossa comunicação à volta do tema, construímos algumas campanhas específicas no sentido de mostrar todo o potencial da plataforma e a verdade é que, hoje, estamos todos a bordo nesta viagem pelo universo digital porque a oportunidade é, de facto, muito relevante.

 

GC – Onde está disponível o serviço? Têm planos para que este esteja acessível em todo o território português?

MM – Neste momento, o serviço está disponível em 11 distritos do país e continua o seu trajeto de crescimento e amplificação. Temos como meta ter o QueroGás a cobrir todo o território de Portugal Continental, chegando a todos os distritos do país.

 

GC – A pandemia trouxe consigo novos ensinamentos sobre como estar neste negócio?

MM – Trouxe novos ensinamentos, sem dúvida. Percebendo as potencialidades da tecnologia – enfatizadas pela pandemia –, soubemos adaptar-nos às exigências, ao mesmo tempo que mantivemos o vetor da proximidade, indispensável no sector que atuamos.

As organizações devem potenciar a evolução tecnológica, incorporando-a nos seus processos e metodologias, encontrar novas formas de cocriação com os seus parceiros, mas não devem deixar que o seu ADN imploda. No sector em que Repsol se insere, a proximidade, a cooperação, a atenção e o foco no cliente são vetores fundamentais da atividade e têm de ser trabalhados numa base diária. É fundamental criar as condições, devidamente adaptadas, para esse desempenho a nível da proximidade comercial.

 

“As organizações devem potenciar a evolução tecnológica, incorporando-a nos seus processos e metodologias, encontrar novas formas de cocriação com os seus parceiros, mas não devem deixar que o seu ADN imploda”

 

GC – O que seria um bom exercício de 2021 para a plataforma QueroGás?

MM – As vendas, obviamente, são importantes. Mas, nesta fase, os nossos objetivos passam, essencialmente, por incrementar os distritos cobertos pelo QueroGás e aumentar a massa crítica, de maneira a aprimorarmos o serviço, tornando-o, ainda mais, relevante para os clientes.

 

GC – Que expectativas têm para o desenvolvimento e crescimento do mercado de gás engarrafado embalado?

MM – O futuro incidirá na convergência do online com o offline, no omnicanal. Estamos a desenvolver vários projetos internos com esse desígnio, pois sabemos que quanto mais capacitados estivermos, melhor será o serviço que prestamos, num futuro que se avizinha focado no cliente, onde ele é, também, cada vez mais digital e ambiciona soluções personalizadas.

Continuaremos a apostar em novas ferramentas e plataforma de comunicação, com o marketing de influência, indo ao encontro dos vários públicos, por forma a comunicar as imensas potencialidades do GPL e a levar esta fonte de energia à casa dos milhares de portugueses que dependem da nossa atividade para colmatar as suas necessidades energéticas e, consequentemente, melhorar o seu dia-a-dia.

No segmento profissional, continuaremos a ser um verdadeiro parceiro, independentemente do sector, com soluções personalizadas capazes de acrescentar valor e aumentar a competitividade aos nossos clientes.

 

“O futuro incidirá na convergência do online com o offline, no omnicanal. Estamos a desenvolver vários projetos internos com esse desígnio, pois sabemos que quanto mais capacitados estivermos, melhor será o serviço que prestamos, num futuro que se avizinha focado no cliente, onde ele é, também, cada vez mais digital e ambiciona soluções personalizadas”

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