Shopper5.0. É este o novo modelo de comprador para o qual o retalho se tem depreparar. Esqueça os canais, este “shopper” tem a ver com experiências, é autónomo,valoriza o local e move-se de forma holística.
É desta forma que a Ipsos define o novo consumidor, para quem o omnicanal não faz mais sentido. Este consumidor é “infinitychannel”. Ávido de experiências que podem acontecer em qualquer momento e em qualquer lugar, sem limites de canais, este vive uma realidade onde tudo está integrado e faz parte da mesma experiência.
Segundo Maria José Lechuga, responsável da área de Shopper & Retail da Ipsos Espanha, “não se trata só de colocar o cliente no centro, mas colocar-se no seu lugar. O Shopper 5.0 deseja comprar numa loja física através de realidade virtual, enquanto vê um vídeo no YouTube ou através de um botão, no conforto da sua casa”.
Claramente digital, este consumidor valoriza a proximidade. 78% dos inquiridos pela Ipsos consideram que a tecnologia torna a vida mais fácil. É também um consumidor independente e privilegia a sua autonomia. A Ipsos sublinha, assim, a necessidade do retalho e do sector do grande consumo evoluírem para se tornarem “infinitychannel”, passando a tratar de experiências num ambiente infinito, sem departamentos ou diferenciações de canais.
Neste novo ambiente, as marcas encontram a oportunidade de prescindir de intermediários, para passarem a relacionar-se diretamente com os “shoppers”. Maria José Lechuga acredita que as lojas físicas não irão desaparecer nesta nova realidade, mas mudarão de função. “As grandes marcas sabem que não podem prescindir da loja física”, assegura, relembrando que apenas 19% dos consumidores fazem as suas compras online. “Os consumidores querem testar os produtos, mas numa experiência que vá mais além”.
O desafio será, assim, dotar as lojas de um novo significado, apostando em novos serviços e formatos que vão para lá da venda, reutilizando o espaço para satisfazer as necessidades deste novo “shopper” e dando valor acrescentado. Conceitos como o showrooming ou tecnologias como a realidade aumentada e a inteligência artificial deverão ganhar espaço nas lojas físicas, para oferecer uma experiência sem disrupções, de um canal ao outro, de forma totalmente fluida.