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É o fim de uma era na Starbucks

Após 36 anos de ligação, Howard Schultz, presidente da Starbucks, vai deixar o cargo no final de junho.

Esta segunda-feira, dia 4 de junho, perante uma plateia de muitas centenas de “partners”, o homem que vai ficar na história da empresa por ter sido o líder da sua modernização e expansão a nível global passou o testemunho a Myron E. Ullman, ex-presidente e CEO da JC Penney. A vice-presidência será ocupada por Mellody Hobson, presidente e diretora da Ariel Investments.

Numa intervenção emocionada para mais de 900 pessoas, assim como outros milhares que assistiram nas salas de conferência e computadores da empresa, Howard Schultz começou por falar dos pais e do quanto desejaria que estivessem para testemunhar o que tinham conseguido fazer juntos. Com a infância passada num bairro social de Brooklyn, em Nova Iorque, em rapaz enfrentou dificuldades, agudizadas quando o pai partiu o tornozelo e não tinha condições para ter um seguro de saúde que pagasse os tratamentos. “Decidi-me a construir uma empresa onde o meu pai, um operário e veterano da Segunda Guerra Mundial, nunca teve a oportunidade de trabalhar”, escreveu numa carta enviada aos pais nesta mesma segunda-feira, onde anunciava a sua saída da empresa.

Howard Schultz entrou para a Starbucks em 1982, como diretor de operações de marketing. Durante a sua gestão, a empresa cresceu de 11 cafetarias para 28 mil, em 77 países, e viu as suas ações valorizarem 19.000%, desde a oferta pública inicial, em 1992.

Na primavera de 2017, Howard Schultz entregou o cargo de CEO a Kevin Johnson, para se dedicar à presidência. No seu discurso de despedida, reiterou a confiança nos “partners” e na equipa de gestão, liderada por Kevin Johnson, para conduzir a empresa que se dedica “ao negócio do serviço” num mundo em constante mudança. “Cada vez mais pessoas trabalham a partir de casa e compram online em detrimento dos espaços físicos. Ao mesmo tempo que a Starbucks avalia o seu lugar neste ambiente em mudança e neste fluxo de rotinas, é importante continuar a confiar no principal objetivo da empresa: a experiência. A experiência deve ser cuidada, tem de ser elevada”, avisou.

Do que Howard Schultz não falou muito na sua despedida foi dos planos após 26 de junho. Para além da vontade de passar mais tempo com a família, abordou o desejo de se dedicar à filantropia e serviço público e de escrever um livro sobre o impacto social da Starbucks. De resto, a imprensa norte-americana dá conta das suas ambições políticas e de uma possível corrida à presidência dos Estados Unidos da América. Recorde-se que Howard Schultz foi apoiante de Barack Obama e de Hillary Clinton, ambos do partido democrata.

Após a transição no conselho da Starbucks, nos finais de junho, Howard Schultz irá supervisionar a abertura das Starbucks Reserve Roasteries em Milão e Nova Ioque.

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