Estratégia energética para um sector do retalho 100% sustentável

Aprígio Guimarães
Aprígio Guimarães, Country Sales Manager Acciona, Divisão de Energia

Os problemas inerentes à exploração de hidrocarbonetos têm levado à implementação de medidas mais sustentáveis do ponto de vista energético. Ora, e nesse sentido, o sector retalho está a reformular-se. Mas, de que forma?

Nos últimos anos, as empresas do sector do retalho têm procurado desenvolver soluções que visam reformular os consumos energéticos dos seus pontos de venda, bem como as plataformas logísticas. Estas alterações estruturais têm como grande objetivo reduzir a pegada ambiental, aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões de CO2. Com efeito, a estratégia passa por uma aposta na utilização de energia elétrica com origem em fontes renováveis, tanto pela compra em mercado, como pela aposta em soluções de autoconsumo e eficiência energética. A aposta no e-commerce e na entrega através de serviços elétricos é também outro aspeto diferenciador quanto ao novo paradigma energético porque se regem estas organizações.

 

Um sector do retalho que se quer 100% verde e sustentável

A estratégia europeia para uma economia verde irá trazer implicações óbvias nas empresas com o perfil das retalhistas, por norma, utilizadoras intensivas energéticas. À transformação digital, que potencia o consumo por via de dispositivos eletrónicos, junte-se uma visão macro, onde a descarbonização das atividades económicas é imperativa. Os objetivos são ousados, de difícil consecução e implicam uma forte intervenção da sociedade civil, à qual o tecido empresarial não pode fugir.

Indo diretamente ao assunto, não basta aumentar a utilização de eletricidade, esta deve ser limpa em carbono. E tal terá que se fazer através de alternativas sustentáveis, capazes de manter os índices produtivos e de rendibilidade. A isto, acresce a importância de fazer o rastreio do percurso energético. Apenas assim, é possível assegurar todo um processo que se pretende o mais transparente, em conformidade com as exigências do consumidor.

Para que tal se concretize, a utilização de tecnologias de blockchain permite verificar se o fornecimento de energia elétrica é 100% renovável. É uma solução que a segue e a regista, desde a sua origem até ao ponto de consumo, e monitoriza de forma detalhada a produção num determinado momento, com ganhos na fiabilidade e segurança. E ganhos junto da comunidade, pelas garantias quanto à efetiva sustentabilidade energética dos produtos vendidos e de toda a logística. Com tudo o que tal significa para a reputação do sector.

 

A reputação como fator distintivo

Basta estar atento às novas tendências dos consumidores, onde a rapidez, a transparência e a sustentabilidade são temas de crescente importância e que chega, em larga medida, aos estratos etários mais jovens. As marcas sabem disso e sabem que têm uma responsabilidade social acrescida na maturidade dos seus negócios, onde a sustentabilidade e a diminuição dos consumo de fósseis são, hoje, imperativos.

De acordo com um estudo da Capgemini, “Consumer Products and Retail: How sustainability is fundamentally changing consumer preferences”, existe uma relação direta entre a sustentabilidade e o negócio das empresas de retalho. Segundo este trabalho, 79% dos consumidores está a mudar as suas preferências de compra, com base em critérios de responsabilidade social ou impacto ambiental. Com repercussões para o retalho, dado que 77% das empresas inquiridas considera que a sustentabilidade promove o aumento do nível de fidelização dos clientes.

Ou seja, a reputação é um fator decisivo no negócio, com uma opinião pública cada vez mais atenta e exigente a esse respeito. E quando se define uma estratégia verdadeiramente sustentável, o facto de a eletricidade ser 100% renovável é uma mensagem que qualquer responsável quer veicular.

Um novo mundo sustentável e tecnológico já chegou à generalidade das cadeias de retalho, as quais trabalham afincadamente para não perder o comboio daqueles que já perceberam qual o futuro do sector, para dessa forma ir ao encontro de clientes com crescente grau de exigência e sofisticação. A energia elétrica vai ser mais utilizada, e melhor utilizada – a sua quota no mix energético está a aumentar e a relevância estratégica é por demais evidente. Ou não fosse possível, com o rastreio da sua origem e percurso, assegurar que a mesma é 100% renovável.

 

Por Aprígio Guimarães, Country Sales Manager Acciona, Divisão de Energia

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