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Danone anuncia plano de reestruturação que poderá levar a até 2.000 despedimentos

Foto Shutterstock

A Danone anunciou esta segunda-feira, dia 23 de novembro, que vai levar a cabo um plano de reorganização com o qual pretende alcançar, em 2023, uma poupança de custos no valor de mil milhões de euros, incluindo uma redução de 20% nos gastos gerais.

O plano inclui um ajustamento dos recursos humanos, que afetará entre 1.500 e dois mil trabalhadores, cerca de 2% do total, incluindo até 25% dos postos de trabalho atuais da sede global e a relocalização das sedes de vários negócios para mais próximo de Paris.

 

Aposta no que é local

Numa resposta à mudança observada nos hábitos de consumo como consequência da Covid-19, a multinacional prevê dar uma maior relevância ao que é local. No seguimento da estratégia Local First, as unidades locais da Danone irão recuperar autonomia, deixando de depender de uma organização de categoria global específica, passando a estar unificadas numa única unidade comercial local.

A empresa calcula em custos extraordinários de 1.400 milhões de euros, durante o período compreendido entre 2021 e 2023, pela implementação destas medidas.

Em julho passado, anunciámos que daríamos até ao final do ano para trabalhar no nosso plano de adaptação”, explica Emmanuel Faber, presidente e CEO da Danone. “Definitivamente, necessitamos de nos reinventar, como empresa, do mesmo modo que todos fazemos na nossa própria forma de viver, trabalhar ou consumir. Nesta reinvenção da alimentação, o paradigma mais destacado acelerado pela pandemia é, sem dúvida, a tendência para o local”.

 

Regresso aos níveis pré-Covid

Por outro lado, a Danone confirmou as suas previsões para o exercício de 2020, em que espera alcançar uma margem operacional recorrente de 14% e gerar um cash flow de 1.800 milhões de euros.

A multinacional confia regressar a um crescimento rentável em menos de 12 meses, a partir do segundo semestre de 2021, e que a margem operacional recorrente regresse aos níveis pré-Covid de mais de 15% em 2022. “O crescimento é condição sine qua non do nosso sucesso, do nosso impacto positivo. Mas, nestas novas circunstâncias, quero insistir na máxima importância da rentabilidade do nosso modelo, porque este ano demonstrou que a competitividade dos nossos negócios, das nossas marcas, nos nossos países, pode ver-se desestabilizada por fatores externos fortes e brutais”, assinala Emmanuel Faber.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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