Oiça este artigo aqui:
A segurança digital está a entrar definitivamente no quotidiano dos europeus e até na conversa à mesa em tempo de Natal. A conclusão surge do mais recente estudo global da Mastercard, realizado com a Harris Poll, que analisa comportamentos, perceções e vulnerabilidades dos consumidores numa época marcada por compras intensas, promoções-relâmpago e maior exposição ao risco online.
O inquérito, que abrangeu 13 mercados – incluindo Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha – mostra que a preocupação com a segurança digital se intensifica no final do ano, mas nem sempre se traduz em práticas mais cautelosas. A conveniência das compras online colide, cada vez mais, com a sofisticação das burlas digitais e com o surgimento de novas ameaças impulsionadas por inteligência artificial.
Os dados revelam um paradoxo: 72% dos consumidores europeus compram em websites desconhecidos durante a época festiva, mas apenas metade faz uma pesquisa adequada antes de avançar:
– 12% admitem não fazer qualquer verificação;
– 12% fazem apenas uma checagem mínima;
– 23% realizam uma análise moderada;
– 25% dedicam-se a uma pesquisa extensiva;
– 28% evitam totalmente lojas não familiares.
Apesar de 31% garantirem que são mais cautelosos durante este período, 57% mantêm os mesmos hábitos e 12% tornam-se até menos cuidadosos, muitas vezes influenciados por urgências artificiais, como contagens decrescentes, envios imediatos ou o apelo ao “presente perfeito”.
Ataques mais sofisticados
O estudo deteta ainda lacunas significativas entre intenção e prática.
Durante o período de compras, alguns consumidores reforçam medidas de segurança:
– 30% consultam extratos bancários com mais frequência;
– 22% verificam melhor a segurança dos websites;
– 18% utilizam métodos de pagamento alternativos.
Mas a pressão comercial leva também a comportamentos de risco:
– 14% estão mais dispostos a experimentar sites desconhecidos;
– 11% dizem ignorar avisos ou comprar através de Wi-Fi público;
– 37% não alteram qualquer hábito de segurança.
Os sinais de alerta continuam a determinar decisões de última hora: preços demasiado baixos (51%), erros ortográficos (51%) e um aspeto pouco profissional (45%) são os principais motivos para abandonar uma compra.
Ainda assim, as experiências negativas são frequentes:
– 14% receberam encomendas que nunca chegaram;
– 10% receberam produtos contrafeitos;
– 8% enfrentaram cobranças indevidas;
– 8% tiveram dados de pagamento comprometidos.
IA gera novas preocupações
A ascensão de conteúdos produzidos por inteligência artificial intensifica a incerteza e o risco. Falsas vozes, imagens manipuladas ou vídeos gerados por IA podem replicar familiares, amigos ou entidades credíveis, levando a pedidos urgentes de dinheiro ou validação de dados pessoais.
Muitos consumidores admitem não ter confiança para detetar estas ameaças emergentes, reforçando a importância de literacia digital e ferramentas de proteção avançadas.
Cibersegurança na agenda pública e privada
Os primeiros resultados do estudo, divulgados em outubro, já mostravam uma tendência clara:
– 72% dos europeus estão mais preocupados com cibersegurança do que há dois anos;
– 66% consideram mais difícil proteger dados online do que proteger a sua própria casa;
– 49% discutiram o tema com a família no último mês.
Para Michele Centemero, EVP Services Europe na Mastercard, este é um desafio comum: “a segurança digital molda cada vez mais a forma como vivemos, fazemos compras e interagimos online. Construir confiança é uma responsabilidade partilhada: empresas, instituições financeiras e cidadãos têm todos um papel a desempenhar”.
Sete passos para um Natal sem stress
A Mastercard partilha um conjunto de medidas práticas para reforçar a proteção durante a época festiva:
- Criar palavras-passe fortes e únicas.
- Ativar autenticação de dois fatores.
- Comprar apenas em websites seguros (https e cadeado).
- Desconfiar de preços demasiado baixos.
- Partilhar apenas dados essenciais.
- Monitorizar contas bancárias em tempo real.
- Verificar pedidos urgentes que possam ter sido gerados por IA.
Mastercard reforça investimento em segurança digital
A empresa tem vindo a consolidar a sua posição global em cibersegurança, investindo mais de 10,6 mil milhões de dólares desde 2018 em inovação, inteligência de ameaças e ferramentas avançadas. A aquisição recente da Recorded Future – a maior empresa de threat intelligence do mundo – fortalece este compromisso.
O European Cyber Resilience Centre (ECRC), sediado na Europa, lidera a cooperação entre sectores público e privado, monitorizando milhões de eventos de risco diariamente. Nos últimos três anos, a Mastercard evitou 50 mil milhões de dólares em fraude, analisando milhares de milhões de transações em tempo real.
Siga-nos no:





