De acordo com a análise divulgada no seu mais recente “Economic Outlook”, a Crédito y Caución prevê que a taxa de crescimento global do Produto Interno Bruto (PIB) alcance os 4,2%, em 2022, e os 3,6%, em 2023, valores inferiores aos 5,8%, de 2021.
Embora a economia mundial tenha entrado numa fase de recuperação, graças à reabertura gradual das economias e ao avanço da vacinação, as novas variantes da Covid-19, mais transmissíveis, são para a seguradora de crédito o principal risco de baixa nas perspetivas de crescimento. “Uma propagação mais rápida das infeções, combinada com novas medidas, poderia levar a economia mundial a um cenário de estagflação“, explica o relatório.
Caso haja uma intensificação da pandemia, a Crédito y Caución prevê que o crescimento do PIB mundial fique limitado a 1,6%, em 2023. “O lastro para o crescimento do PIB seria generalizado em todas as grandes regiões, impulsionado pelas restrições governamentais, pelo agravamento dos constrangimentos na cadeia de fornecimento, por uma inflação mais rápida e uma diminuição da procura“, salienta o relatório.
Níveis do comércio mundial
Os níveis do comércio mundial já recuperaram das perdas ocorridas em 2020, embora o comércio de bens tenha tido uma recuperação mais rápida do que o de serviços. Recentemente, a recuperação do comércio de bens viu-se dificultada por várias perturbações, como as dificuldades de transporte e os encerramentos de fábricas na Ásia.
A inflação global acelerou, impulsionada pela subida dos preços da energia e das matérias-primas, pelo aumento dos custos de transporte e pelos constrangimentos na cadeia de valor. A Crédito y Caución considera que se trata de um processo temporário, embora obrigue os bancos centrais a reverter os estímulos monetários mais rapidamente do que o previsto.
Previsões de crescimento
A recuperação económica dos mercados avançados está a perder força. As interrupções da cadeia de fornecimento e as restrições governamentais estão a pesar sobre a atividade económica, o que deteriorou as previsões de crescimento do conjunto dos mercados avançados para 3,8%, em 2022, seguidos de 2,3%, em 2023. “Os estímulos fiscais e monetários estão a ser retirados, mas as economias dos mercados avançados demonstraram ser resistentes e espera-se que recuperem os níveis de produção anteriores à pandemia“, explica o relatório.
Prevê-se que o conjunto das economias emergentes cresça 4,6%, em 2022, e 4,8%, em 2023. O avanço da vacinação poderia ajudar no crescimento da produção e na melhoria dos níveis de confiança dos consumidores. A seguradora de crédito prevê que a Ásia emergente continue a ser a região com a maior taxa de crescimento entre os mercados emergentes.