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O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira, dia 2 de abril, a entrada em vigor de tarifas recíprocas. As importações oriundas da União Europeia serão taxadas a 20%. Decisão que, segundo Donald Trump, fará com que o dia seja conhecido como “o dia em que a indústria americana renasceu”. A citação exata é clara: “este dia vai ser para sempre lembrado como o dia em que a indústria americana renasceu e como o dia em que começámos a tornar a América rica de novo”.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, reagiu ainda no próprio dia afirmando que não só haverá consequências para a economia mundial, como “a incerteza entrará em espiral e desencadeará o aumento do protecionismo”. A presidente da Comissão Europeia dirigiu-se aos europeus, lembrando que “a Europa tem o maior mercado único do mundo – 450 milhões de consumidores – que é o nosso porto seguro em tempos tumultuosos”.
Bernd Lange, presidente da Comissão do Comércio Internacional do Parlamento Europeu, por seu lado, classificou as tarifas anunciadas pala administração Trump como “injustificadas, ilegais e desproporcionadas”. “Embora o presidente Trump possa chamar ao dia de hoje Dia da Libertação, do ponto de vista de um cidadão comum, este é o Dia da Inflação. Estas medidas injustificadas, ilegais e desproporcionadas só podem conduzir a uma nova escalada tarifária e a uma espiral económica descendente para os Estados Unidos da América e o mundo em geral. Devido a esta decisão, os consumidores americanos serão forçados a suportar o fardo mais pesado numa guerra comercial. Estes direitos apenas tornarão os processos e a produção mais ineficientes. Provocaram uma incerteza prejudicial no clima de investimento. As reações das bolsas de valores não podiam ser mais claras”, afirmou.
Resposta europeia
Bernd Lange, tal como Ursula von der Leyen, afirmou que a Europa responderá. No entanto, “fá-lo-emos através de medidas legais, legítimas, proporcionadas e decisivas. Enquanto União Europeia, ponderaremos quais os instrumentos à nossa disposição que melhor se adequam à nossa resposta. Não vamos recuar. Defenderemos a nossa soberania e não alteraremos a legislação que elaborámos democraticamente e no interesse dos cidadãos da União Europeia, mesmo que isso desagrade a alguns bilionários americanos. Os países que foram visados por estas medidas devem responder com uma frente unida e enviar uma mensagem clara aos Estados Uniddos da América para que ponham fim a esta loucura tarifária”, acrescentou.
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