O escândalo dos ovos contaminados com fipronil preocupa a Comissão Europeia que crê ser importante extrair lições deste acontecimento.
De acordo com Vytenis Andriukaitis, comissário responsável pela pasta da saúde e segurança alimentar, há que melhorar a comunicação e troca de informações. “Necessitamos de reforçar as redes europeias que lutam contra a fraude alimentar e a segurança alimentar, além de fazer um seguimento político a este respeito”, disse ao EfeAgro. “Não se pode permitir que ações criminosas de um par de pessoas possam pôr em perigo toda a cadeia de segurança alimentar. Há que castigar esses criminosos”.
Também o representante da Estónia no Conselho Europeu, Matti Maasikas, reiterou que é necessário estabelecer uma “tolerância zero” face às atividades fraudulentas que provocaram a contaminação com fipronil.
A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016. A contaminação de dezenas de milhões de ovos resultou da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo este antiparasitário estritamente proibido na cadeia alimentar.
A informação foi conhecida em julho deste ano e, desde então, o caso propagou-se pela Europa, envolvendo 25 países. Portugal chegou a fazer parte da lista de países afetados, mas, entretanto, foi retirado. Em contrapartida, Angola e Cabo Verde integram a lista, segundo a Comissão Europeia.
Os ovos consumidos em Portugal são essencialmente provenientes da produção nacional e são de casca marrom. A contaminação por fipronil foi detetada em ovos de casca branca, produzidos e comercializados por outros Estados-membros da União Europeia.
Segundo os dados mais recentes divulgados pela agência Lusa, na União Europeia, apenas Portugal, a Croácia e a Lituânia não apresentaram ovos contaminados. A crise atinge ainda a Noruega, o Liechtenstein, a Suíça e a Rússia.
