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O retalhista belga Colruyt Group anunciou a venda de 81 supermercados Colruyt Prix Qualité e 44 estações de serviço DATS 24, em França, ao Groupement Les Mousquetaires, o grupo por detrás das cadeias Intermarché, por um valor total de 215 milhões de euros em numerário.
Esta transação inclui também a integração de mais de 1.300 trabalhadores.
O acordo não inclui a sede da empresa, em Rochefort-sur-Nenon, 23 supermercados, uma estação DATS 24 e os três armazéns localizados em Dole Choisey, Rochefort-sur-Nenon e Gondreville-Fontenoy, que não são compatíveis com a rede atual do grupo.
O Colruyt Group adiantou que recebeu várias propostas de outros interessados por cerca de 15 lojas remanescentes e continua em negociações para transformar essas ofertas em acordos vinculativos o mais rapidamente possível.
O CEO do Colruyt Group, Stefan Goethaert, afirmou que “os últimos meses foram particularmente difíceis para os nossos colegas em França e compreendemos que esta notícia será difícil. Apesar de ser uma decisão difícil, acreditamos que é a solução mais responsável para as equipas, para os clientes e para a continuidade do negócio. Estamos convencidos de que as operações abrangidas pela oferta do Groupement Les Mousquetaires poderão crescer de forma sustentável com o apoio de um dos principais retalhistas franceses”.
Reestruturação em contexto de perdas
O Grupo Colruyt opera atualmente 104 lojas Colruyt Prix Qualité, 45 estações de serviço DATS 24 e três centros logísticos em França. A divisão emprega cerca de 2.250 pessoas (excluindo 105 trabalhadores temporários), das quais 1.600 estão nas lojas, 280 nos armazéns e 370 na sede.
No ano fiscal de 2024/25, a unidade francesa registou um prejuízo operacional superior a 20 milhões de euros, integrando os resultados consolidados do grupo.
A nível global, o Colruyt Group registou uma queda de 5% no lucro operacional, que totalizou 446 milhões de euros, representando 4,1% das receitas. A faturação aumentou ligeiramente em 1,1%, atingindo quase 11 mil milhões de euros, apesar da concorrência intensa no mercado belga, da inflação alimentar em queda e das condições climatéricas adversas no verão passado. O EBITDA caiu 3,9%, para 859 milhões de euros, ou 7,8% das receitas.
O fecho da operação está previsto para o primeiro semestre de 2026, sujeito às habituais aprovações regulatórias, incluindo da autoridade da concorrência francesa.