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Coca-Cola cresce 58% no segundo trimestre

E prepara nova versão com açúcar de cana

Foto New Africa/Shutterstock

A Coca-Cola Company registou um crescimento de 58% no seu lucro líquido no segundo trimestre de 2025, atingindo os 3,27 mil milhões de dólares (cerca de três mil milhões de euros), impulsionada pela forte procura nos mercados internacionais, com destaque para a Europa e América Latina.

As receitas totais subiram 2%, para os 12,1 mil milhões de dólares (cerca de 11,1 mil milhões de euros), em linha com as previsões dos analistas.

A margem operacional consolidada também registou uma evolução positiva, beneficiando da combinação entre o aumento dos volumes vendidos e estratégias de gestão de preço e mix de produto.

Entre as principais categorias, o desempenho da Coca-Cola Zero Sugar destacou-se, com um crescimento de 9%, enquanto as águas e bebidas funcionais registaram uma subida de 11%, refletindo o interesse crescente dos consumidores por opções mais saudáveis. A divisão internacional da empresa teve um contributo relevante, compensando os desafios operacionais nos Estados Unidos.

 

Europa impulsiona crescimento

O relatório trimestral destaca a região da Europa como um dos principais motores de crescimento, com um desempenho robusto nas vendas de refrigerantes, água engarrafada e bebidas energéticas. O aumento da mobilidade, o turismo e o regresso dos grandes eventos culturais e desportivos contribuíram para impulsionar o consumo fora de casa, que continua a recuperar com força.

Por outro lado, a América Latina apresentou também um crescimento sólido, beneficiando de campanhas promocionais e novas ativações de marca, sobretudo no segmento das bebidas sem açúcar e funcionais. Já o mercado norte-americano apresentou um crescimento mais modesto, limitado por um contexto económico mais cauteloso e pela elevada base de comparação.

 

Nova versão

Num movimento que alia inovação a nostalgia, a Coca-Cola também confirmou que irá lançar uma nova versão da bebida original adoçada com açúcar de cana, dirigida ao mercado norte-americano. A decisão surge em resposta ao crescente apetite dos consumidores por produtos com ingredientes mais naturais e também ao apelo do presidente Donald Trump, que recentemente usou a sua conta na Truth Social para pedir à marca o regresso a fórmulas mais tradicionais.

A nova versão será disponibilizada no outono e terá como objetivo, segundo a marca, “oferecer mais escolhas ao consumidor, respeitando o ADN e o legado da Coca-Cola”.

A empresa acrescenta que se trata de uma adição complementar ao portefólio, e não de uma substituição da fórmula atual, adoçada com xarope de milho de alto teor de frutose (HFCS), que se mantém como padrão nos Estados Unidos desde os anos 80.

 

Resposta à mudança de hábitos

Esta iniciativa segue a lógica de versões como a chamada Mexican Coke, vendida em garrafas de vidro e já conhecida por utilizar açúcar de cana, muito valorizada por consumidores que associam a diferença no adoçante a um sabor mais autêntico.

Além da motivação cultural, há também uma leitura estratégica de mercado. O segmento premium das bebidas carbonatadas está em expansão, com os consumidores a procurarem experiências sensoriais mais ricas e ingredientes reconhecíveis, num contexto de maior consciência alimentar.

James Quincey, CEO da The Coca-Cola Company, afirmou que o novo produto “responde à procura do consumidor por autenticidade e variedade” e poderá fortalecer a ligação emocional com públicos que valorizam transparência e sabor mais próximo do original.

Apesar de uma ligeira retração nas ações após o anúncio, os analistas acreditam que esta diversificação no portefólio poderá reforçar o posicionamento da marca no segmento premium e fidelizar novos consumidores, sem canibalizar a oferta principal.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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