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Durante uma reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Paris, o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, apelou à entidade para que intensifique a supervisão sobre tarifas unilaterais impostas por alguns países, instando também os membros da OMC a garantirem que os acordos bilaterais estejam em conformidade com as regras da organização e não prejudiquem terceiros.
Em comunicado divulgado pelo Ministério do Comércio chinês, Wang Wentao enfatizou a necessidade de a OMC reforçar a supervisão sobre tarifas unilaterais e apresentar propostas políticas objetivas e neutras. Embora não tenha mencionado explicitamente os Estados Unidos, a referência é interpretada como uma crítica às tarifas impostas por Washington. Wang Wentao destacou que a OMC deve desempenhar um papel mais ativo na governança económica global, com o apoio da China.
Discussões com a União Europeia e os Estados Unidos
Além da reunião com a diretora geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, Wang Wentao encontrou-se com o comissário europeu para o comércio, Maros Sefcovic, para discutir questões urgentes relacionadas com cooperação económica e comercial entre a China e a União Europeia. O ministro chinês também se reuniu com o embaixador dos Estados Unidos na China, David Pound, expressando preocupação com medidas recentes adotadas por Washington, incluindo restrições à exportação de semicondutores e revogação de vistos para estudantes chineses.
As declarações de Wang Wentao ocorrem no decurso de uma escalada nas tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos. Recentemente, ambas as nações concordaram uma trégua tarifária de três meses, com os Estados Unidos a reduzirem as tarifas de 145% para 30% e a China de 125% para 10%, visando facilitar um acordo mais abrangente. No entanto, medidas adicionais adotadas por Washington têm sido vistas por Pequim como prejudiciais aos interesses chineses.