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Checkpoint Systems e GS1 Portugal promovem evento sobre rotulagem de bebidas alcoólicas

A Checkpoint Systems e a GS1 Portugal promoveram um evento sobre a rotulagem de bebidas alcoólicas, em particular no sector vitivinícola, um sector de grande importância para a economia e sociedade portuguesas, com impacto determinante no mercado interno e no mercado externo.

O evento contou com a presença dos principais agentes do sector – empresas de referência, como a Sogrape, a Adega Mayor e a Susana Esteban Vinhos, entidades sectoriais e empresas de estudos, como o Comité Européen des Entreprises Vins, a Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal e a Informa D&B – para debater os desafios que o sector vitivinícola abraça no mercado nacional e internacional, nomeadamente no que diz respeito à digitalização de informação a conter em rotulagem, por força da entrada em vigor da nova legislação.

 

Assuntos regulamentares e digitalização da informação: o que mudou?

Após a intervenção de João de Castro Guimarães, diretor executivo da GS1 Portugal, que marcou o arranque do evento, o enquadramento sobre a nova legislação aplicada ao sector vitivinícola foi da responsabilidade de Ignacio Sanchez Recarte, secretário geral do Comité Européen des Entreprises Vins (CEEV).

Com a nova legislação relativa à rotulagem dos produtos do sector vitivinícola prestes a ser adotada, os vinhos e os produtos vitivinícolas aromatizados serão em breve obrigados a comunicar a sua lista de ingredientes e informação nutricional.

Com o intuito de modernizar o sistema de informação aos consumidores e disponibilizar no limitado espaço do rótulo toda a informação necessária, a legislação deixa espaço para as empresas comunicarem essa informação por via eletrónica, através da utilização de rótulos digitais.

Tendo isto em conta, a CEEV desenvolveu uma plataforma que apoia as empresas no processo de digitalização e partilha com os consumidores de informações relevantes sobre os seus produtos através de rótulos digitais.

De acordo com Ignacio Sanchez Recarte, os rótulos digitais são semelhantes a rótulos físicos. Uma das vantagens desta tecnologia é o facto de agregar mais informação e ao “integrar o código GTIN/EAN no QR-code gerado pela U-Label, é totalmente adaptada aos pedidos dos retalhistas”.

Feita a radiografia à atual situação do sector vitivinícola e aos desafios que este enfrenta no âmbito da digitalização, o secretário-geral do CEEV recomendou que o sector encarasse estes desafios como uma oportunidade e terminou a sua intervenção referindo que “o digital foi um presente oferecido ao sector vitivinícola. Não se espere que o futuro apanhe o sector. Há que apanhar o futuro e começar a trabalhar nele a partir de agora”.

 

Tendências do sector vitivinícola: dinâmica empreendedora constante

No seguimento da sessão de enquadramento, Luís Cavaco, responsável de estudos e conhecimento da Informa D&B, apresentou as tendências do sector, nomeadamente no que diz respeito à estrutura da oferta, à evolução, às previsões e à situação económico-financeira do sector.

O balanço apresentado demonstra que as empresas do sector vitivinícola já superaram os valores pré-pandémicos nos principais indicadores, em particular nos resultados líquidos, nas exportações, no volume de negócios e no número de colaboradores.

Luís Cavaco sublinhou que “o sector vitivinícola é um dos sectores mais antigos da nossa economia”, contando com “menos empresas jovens do que o restante tecido empresarial”. No entanto, destacou que temos vindo a observar uma “dinâmica empreendedora constante”, que se revela muito positiva e promissora.

 

Regulamentação do vinho: ameaças e oportunidades

Seguiu-se a intervenção de Ana Isabel Alves, diretora executiva da ACIBEV – Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal, que abordou as ameaças e oportunidades ao sector vitivinícola. A principal ameaça apresentada refere-se ao movimento que põe em causa a legitimidade cultural, social e económica do vinho, que surge da tentativa de equiparar o regime jurídico das bebidas alcoólicas ao do tabaco, impactando a aceitação social do consumo de bebidas alcoólicas.

Este movimento defende que o estilo de vida saudável não é compatível com o consumo de bebidas alcoólicas e associa o seu consumo (e não apenas o consumo abusivo) a vários tipos de cancro e suas consequências.

Ana Isabel Alves acredita que movimentos como este “põem em causa a reputação do sector vitivinícola”, uma vez que “ao assumir que o álcool é um carcinogéneo, estamos a omitir que o cancro é uma doença multifatorial e que o risco de cancro não pode ser avaliado isoladamente”.

Para fazer face a esta ameaça, foi lançado o programa de responsabilidade social Vinho com Moderação, que tem como principal objetivo prevenir e reduzir o abuso e os malefícios relacionados com o álcool, junto de jovens e adultos.

O vinho é parte integrante da vida e cultura portuguesas e é apreciado por muitas pessoas na Europa e em todo o mundo”, sublinha a diretora executiva da ACIBEV, reforçando que “queremos ser parte da solução e não parte do problema”.

 

Desafios do sector vitivinícola no mercado nacional e europeu

Posteriormente, o tema dos desafios do sector vitivinícola foi aprofundado num painel de debate que contou com as intervenções de João Pedro Reis, diretor de marketing da Sogrape,  Sofia Nunes, diretora geral da Adega Mayor, e Susana Esteban, produtora da Susana Esteban Vinos, com moderação de Raquel Abrantes, diretora de Qualidade, Formação & Saúde da GS1 Portugal.

Perante tantos desafios que o sector enfrenta nas diferentes dimensões, João Pedro Reis destacou que a digitalização obrigatória, conforme previsto no novo enquadramento jurídico, vem reforçar a importância da transparência na forma como se produz o vinho, pois “se não fizermos do consumidor parte da viagem, vamos perder impacto. O mundo vai ser menos monocórdico nos vinhos, ainda que com muitos desafios”, reflete o diretor de marketing da Sogrape.

No mesmo âmbito, Sofia Nunes, sublinhou que “cada vez mais, assistimos a um consumidor mais exigente e com necessidade de ter mais informação relevante”, pelo que “a transparência pode ser uma vantagem competitiva neste sector. A digitalização do rótulo permite comunicar com o consumidor e desmistificar conceitos por detrás dos rótulos. Há que clarificar o que cada uma das coisas quer dizer e esse é um desafio que temos em mãos num futuro próximo. O grande desafio é pensar no futuro”, explicou a diretora geral da Adega Mayor.

Susana Esteban abordou as principais dificuldades enquanto pequeno produtor e reforça que o seu principal objetivo é “continuar a fazer produtos de qualidade, adaptando-os ao que o mercado exige, mas mantendo sempre o foco na autenticidade e na vinha”, porque “o vinho não é matemático, é um produto que tem uma componente científica, mas também tem uma componente de arte e cultura”.

 

Digitalização da rotulagem das bebidas com RFID

Por fim, a análise dos desafios e oportunidades do sector, nomeadamente, no que diz respeito à digitalização da informação contida em rotulagem com identificação por radiofrequência (RFID), integrando standards GS1 foi o principal tópico da conversa com Flavio Musci, Sales Director Labels RF & RFID Europe da Checkpoint Systems.

Esta tecnologia surge otimizada com características inovadoras ao nível do software e hardware, que permitem reunir a informação num rótulo único, melhorando a qualidade do tracking.

Flavio Musci terminou a sua sessão com uma nota positiva, reforçando que “o desafio para os próximos anos é tornar esta etiqueta mais pequena”, mas “estamos prontos para a digitalização”.

O encerramento do evento foi protagonizado por Beatriz Águas, Chief Corporate Affairs Officer da GS1 Portugal.

 

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