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O grupo Carrefour está a considerar abandonar o mercado italiano e encontra-se em negociações discretas com potenciais compradores para a sua operação no país. Entre os interessados apontados estão Lidl, Esselunga e Conad, de acordo com fontes citadas pela revista alemã Lebensmittel Zeitung.
A decisão surge num contexto de dificuldades estruturais, com a operação italiana a apresentar resultados negativos: em 2024, as vendas recuaram 5,3%, para 3,63 mil milhões de euros, e os prejuízos ascenderam a 250 milhões de euros. A posição da insígnia em Itália é frágil, ocupando apenas o oitavo lugar no ranking nacional da distribuição, num mercado altamente fragmentado e competitivo. A quota de mercado tem vindo a cair e a rede de lojas está em processo de retração.
Revisão estratégica
Esta possível saída insere-se numa revisão mais ampla das operações globais da empresa, que está a reavaliar ativos considerados não estratégicos. “Há atividades ou cadeias que poderemos decidir vender ou onde poderemos juntar forças. Vamos ser muito ativos nos próximos meses”, afirmou Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, durante a assembleia geral mais recente da empresa.
A reorganização do grupo inclui também a integração da operação no Brasil e, segundo a imprensa internacional, conversações exploratórias de curta duração com o grupo Ahold Delhaize. Enfrentando resultados mistos e uma pressão crescente por parte dos investidores devido ao fraco desempenho das ações em bolsa, o Carrefour procura formas de racionalizar os seus negócios e reforçar a rentabilidade.
Se se concretizar, a saída de Itália representará um recuo significativo num dos maiores mercados europeus para o grupo francês, que continua a apostar na consolidação de parcerias estratégicas, como a recém-anunciada Concordis – uma central europeia de compras criada em conjunto com a Coopérative U para reforçar a competitividade no sector da distribuição alimentar.
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