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Assim compraremos em 2025

Tecnologia invisível e relevante. Experiências, ultra conveniência, assistentes de voz, Internet das Coisas. Ultra personalização e “mobile”, “mobile”, “mobile”. Eis as chaves para as compras em 2025.

A ideia de futuro não é a de uma loja digital cheia de ecrãs, mas a de uma digitalização invisível, com ligação através dos dispositivos móveis de cada consumidor, que servem como ponto de conexão”. Esta foi a mensagem passada por Gustavo Núñez, diretor geral da Nielsen em Espanha e Portugal, sobre o futuro das compras, durante o Congresso de Estratégia Comercial e Marketing da Aecoc, a associação de fabricantes e distribuidores espanhola.

De acordo com o responsável máximo da Nielsen a nível ibérico, no futuro, as compras que se irão reduzir serão aquelas que fazemos por obrigação. Isto não significa o desaparecimento dos supermercados, antes sim, a sua transformação em locais capazes de proporcionar experiências e de surpreender os clientes. Os assistentes de voz, a Internet das Coisas, a loja experiencial e digitalizada e os conceitos de ultra conveniência farão parte do quotidiano, com o “shopper” a tornar-se cada vez mais comodista.

Gustavo Núñez não perspetiva um futuro no retalho sem que o dispositivo móvel seja o grande protagonista e intermediário entre os consumidores e as marcas e os retalhistas. Os estudos parecem confirmar este caminho, com 56% dos consumidores inquiridos pela Nielsen a mostrarem-se dispostos a comprar através da voz, seja alimentação, bebidas, produtos de higiene ou de limpeza. Os assistentes de voz estão a emergir em força e prometem reformular o ato de compra online, assim como a impulsionar as compras por impulso para lá da loja, trazendo-as para dentro do lar, do automóvel ou não importe onde o “shopper” esteja desde que munido do seu smartphone. Esta tecnologia vai levar também ao surgimento de um novo linear, o chamado linear auditivo, menos extenso comparativamente ao físico e ao online.

Outro aspeto importante será a conveniência. No ano passado, o “pronto a comer” cresceu quase 8%. Esta tendência reforça-se de dia para dia e, em 2025, evoluirá para uma ultra conveniência, com o desenvolvimento pleno do “on the go”, da comida preparada e da preparação de alimentos para comer no local. A loja assumirá uma importância tal que 63% dos consumidores consideram que o supermercado será o responsável pela sua dieta.

A conveniência terá outra via de desenvolvimento com a Internet das Coisas, já que o consumidor poderá adquirir produtos de reposição regular e pouca ligação emocional a partir do seu próprio frigorífico. De acordo com a Nielsen, 59% dos consumidores estão dispostos que a Internet das Coisas os ajude nas compras rotineiras.

Além disso, este conjunto de tecnologias permitirá desenvolver promoções mais personalizadas e relevantes para o consumidor, assim como controlar, a cada momento, os preços. Algo a ter em consideração, já que, com a crise, os consumidores tornaram-se mais sensíveis ao preço, com sete em cada 10 a confirmarem este comportamento.

Perante este cenário, as lojas assumirão um papel mais relevante para o consumidor e tornar-se-ão em espaços mais experienciais e sociais. Três em cada quatro inquiridos pela Nielsen assumem que o futuro das lojas físicas será um somatório de experiências e um local de socialização, particularmente tendo em conta o envelhecimento populacional, com as compras a converterem-se no momento social do dia. Os espaços das lojas estarão, assim, teatralizados e os colaboradores serão autênticos especialistas, numa recuperação da figura do prescritor. O serviço ao cliente será fundamental em termos de diferenciação. A experiência em loja terá uma forte componente tecnológica, mas que será subtil e impercetível.

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