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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu dez toneladas de uvas que estavam prestes a ser introduzidas ilegalmente na Região Demarcada do Douro (RDD).
A operação decorreu no concelho de Armamar e contou com a colaboração do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Segundo a ASAE, a ação teve como objetivo detetar e reprimir a entrada ilícita de produtos vitivinícolas provenientes de outras regiões, prática que compromete a autenticidade dos vinhos com Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP), além de afetar a integridade económica dos produtores legítimos do sector.
No decurso da fiscalização, foi identificado um armazém onde se encontravam uvas de outra região, dissimuladas, já preparadas para serem inseridas de forma fraudulenta no circuito produtivo da região demarcada.
Da intervenção resultou a apreensão imediata de dez toneladas de uvas, a abertura de um processo-crime por tráfico de produtos vitivinícolas, a identificação de um suspeito e a recolha de documentação considerada relevante como prova. O destino das uvas será a destruição por via de vinificação controlada.
Reforço da fiscalização no sector vitivinícola
A ASAE garantiu que continuará a reforçar a vigilância neste sector, sublinhando a importância estratégica do vinho para a economia nacional e para a credibilidade das denominações de origem portuguesas. “A atuação da ASAE visa salvaguardar os géneros alimentícios de eventuais práticas enganosas e assegurar uma concorrência leal entre operadores económicos”, destacou a autoridade em comunicado.
Casos de introdução ilegal de uvas em zonas demarcadas do Douro não são inéditos. O controlo é fundamental num sector que representa mais de 1,5 mil milhões de euros em exportações anuais e onde a autenticidade das uvas é determinante para a valorização internacional de vinhos como o Vinho do Porto e os DOC Douro. O IVDP tem reforçado, em conjunto com a ASAE, operações de fiscalização durante a época das vindimas, precisamente para prevenir adulterações que possam comprometer a reputação e a sustentabilidade económica do sector.