A Crédito y Caución prevê um aumento das insolvências empresariais na China superior a 25%, especialmente centrado nas PME privadas a operar nos sectores com pior rendimento e que tenham acesso limitado a financiamentos.
Nos dois últimos anos, as insolvências na China cresceram devido a uma menor expansão económica e ao reequilíbrio da economia na direção do consumo interno. As empresas altamente endividadas em segmentos com excesso de capacidade, como o sector mineiro, celulose, circuitos impressos, têxtil, construção naval, energia solar, aço e metalurgia são especialmente vulneráveis. As empresas que dependem das exportações para os Estados Unidos, em especial nos sectores da metalurgia, maquinaria eletrónica, têxtil e pneus, também apresentam dificuldades.
O surto de coronavírus afetou gravemente a economia chinesa no primeiro trimestre de 2020, gerando um impacto imediato nos sectores do comércio, turismo, lazer, restauração, imobiliário, transportes e navegação, onde os fluxos de caixa se viram pressionados pela brusca deterioração das vendas. As medidas adotadas pela administração chinesa para conter a expansão do surto tiveram um impacto significativo na procura interna, na produção industrial, no investimento e nas exportações. Apesar do retomar da produção e das medidas de estímulo, a Crédito y Caución prevê que a taxa de crescimento económico da China se deteriore acentuadamente em 2020, situando-se num crescimento zero ou chegando mesmo à contração.
A China viu as suas produções manufatureira e industrial paralisadas no primeiro trimestre. A retoma económica ver-se-á limitada pela persistente debilidade da procura, tanto interna como dos mercados externos, afetados pela deterioração na Europa e nos Estados Unidos. Entre os fatores de risco para o baixo crescimento da China estão uma possível falta de contenção do surto no país, a evolução da pandemia a nível mundial e o conflito comercial com os Estados Unidos.
A administração chinesa enfrenta um difícil equilíbrio entre o apoio ao crescimento económico e um processo ordenado de desalavancagem financeira a médio prazo. Embora a dívida do Governo central se mantenha inferior a 25% do PIB, a dívida total do país tem quase o triplo da dimensão da economia: a dívida dos governos locais ascende a 60% a 70% do PIB, a das empresas alcança os 155% e a das famílias não deixou de crescer nos últimos cinco anos, fruto do mercado hipotecário.