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América Latina não reverte o seu baixo crescimento entre as regiões emergentes

América Latina crescimento

De acordo com o mais recente relatório da Crédito y Caución, as previsões de crescimento para a América Latina estão entre as mais modestas das regiões emergentes. O crescimento esperado cairá para 1,4% em 2024 e recuperará para 2,4% em 2025. Os níveis das taxas de juro dos Estados Unidos estão a desacelerar o crescimento económico na maior parte da região, pressionando as taxas de câmbio e desacelerando a desinflação.

Os bancos centrais mostram-se cautelosos quanto ao corte das suas próprias taxas, ao que se adiciona a chamada terapia de choque na Argentina ou as inundações devastadoras no Brasil. Os riscos para estas modestas perspetivas são sobretudo descendentes. O aumento da frequência do fenómeno meteorológico El Niño conduz a perturbações cada vez mais frequentes na agricultura, nos transportes e no fornecimento energético. Além disso, a instabilidade institucional também é elevada.

 

Taxas de crescimento inferiores

A América Latina apresenta, estruturalmente, taxas de crescimento inferiores às de outras regiões emergentes. Com uma média de 20% do PIB desde 2000, os investimentos da região estão consistentemente aquém dos de outras regiões emergentes, incluindo África. Isso reflete um clima de negócios adverso, com altos custos, incerteza institucional e problemas de segurança.

De um modo geral, os não residentes investem em sectores ligados à exploração dos recursos naturais, o que, por si só, não impulsiona a transformação do valor acrescentado destas economias.

Países como a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México foram duramente atingidos em 2014 pelo fim do superciclo das “commodities”. Apenas o Chile conseguiu manter o seu estatuto regional de país de rendimento mais elevado graças à força das suas instituições e às suas políticas ativas de investimento interno. A economia da Argentina enfrentou várias crises económicas, mas o seu rendimento per capita recuperou fortemente desde a pandemia. A atual terapia de choque do Governo argentino poderá ter um impacto no desenvolvimento a médio prazo, mas à custa do prolongar da contração económica. A Colômbia e o México, por outro lado, não conseguiram aumentar significativamente os seus níveis de rendimento na última década e o Brasil registou um declínio.

 

Investimento estrangeiro

O reforço da estabilidade institucional e a adoção de medidas que facilitem o investimento estrangeiro na economia local e estimulem as empresas locais a inovar e a aderir a cadeias de valor globais serão fundamentais para aumentar a produtividade da região. A aplicação deste tipo de política explica a evolução económica positiva de alguns países da região, como a Costa Rica e a República Dominicana.

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Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
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