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Alibaba e JD em guerra de palavras e reivindicações do domínio do e-commerce na China

As duas plataformas dominantes do comércio eletrónico na China, o maior mercado de retalho online do mundo, estão em despique através dos seus representantes legais.

Por um lado, a Alibaba Group Holdings, proprietária da South China Morning Post e operadora da maior plataforma de compras online do mundo, afirma que foi alvo de uma série organizada de publicações em chats e blogs destinadas a manchar a sua reputação. Por sua vez, a JD.com, o segundo maior retalhista online da China, diz que também foi alvo de mais de 100 ataques à sua reputação e bom nome.

Os ataques contra a Alibaba foram concebidos para “manipular a opinião pública” e fizeram “acusações infundadas“, disse o departamento jurídico da empresa numa publicação na sua conta na rede social Weibo. “Acreditamos que as autoridades devem investigar e punir os grupos criminosos que acreditamos que beneficiaram ilegalmente da propagação tais rumores“.

Os posts em chats e blogs aumentaram no mês passado, acusando a Alibaba de usar o seu domínio no mercado de e-commerce da China para forçar os vendedores a escolherem-na em detrimento da JD, ou serem excluídos do negócio. Até 9.700 posts foram feitos contra a Alibaba, principalmente antes da gala do Singles’ Day, realizada em 11 de novembro, de acordo com uma publicação feita no WeChat pelo assessor jurídico da empresa. 

Em jogo está a maior indústria de comércio eletrónico do mundo, dominada por duas grandes empresas. A plataforma Tmall da Alibaba tem uma quota de 80% nas vendas de roupas online na China, enquanto a JD detém 10%, de acordo com os dados da Analysys.

Embora a Alibaba não tenha nomeado o autor da campanha, o assessor jurídico da empresa indica que a JD assinou um contrato de 2,6 milhões de yuans (394 mil dólares) com a ChinaLabs, um fornecedor de serviços de consultoria sediado em Pequim, para acusar a Alibaba de monopolizar o mercado. A JD terá pago à ChinaLabs para iniciar uma pesquisa e realizar seminários para discutir o monopólio da Alibaba no mercado de comércio eletrónico da China, assim como instigar os reguladores da concorrência chineses a investigá-la por práticas monopolistas.

Os contratos mencionados nos posts do assessor jurídico da Alibaba não puderam ser verificados independentemente. A Jincheng Tongda Law Firm, agindo em nome da JD, emitiu uma declaração onde nega qualquer associação com a ChinaLabs. Também o presidente daempresa de consultoria, Fang Xingdong, nega que a sua empresa tivesse assinado contratos com a JD, dizendo que continuará a investigar sobre a situação concorrencial na indústria chinesa de comércio eletrónico.

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