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Num contexto de forte pressão económica e consumidores cada vez mais exigentes, o ano de 2025 continuará a provocar disparidades significativas no desempenho das marcas de vestuário, revela a consultora GlobalData. Marcas capazes de oferecer valor, estilo e resposta rápida às tendências deverão sair reforçadas, enquanto outras continuarão a perder quota de mercado num ambiente altamente competitivo.
De acordo com a GlobalData, a Adidas deverá aumentar a sua quota de mercado global em 0,1 pontos percentuais (pp), alcançando 1,9% em 2025, reforçada pelo sucesso das linhas Originals e do seu calçado de performance. Também a New Balance e a Skechers deverão beneficiar da sua versatilidade e parcerias com atletas e marcas de prestígio, reforçando o posicionamento no segmento do sportswear.
Pelo contrário, a Nike deverá sofrer a maior queda, com uma descida estimada de 0,3 pp, para 2,6%, penalizada por atrasos na inovação, menor relevância de estilo e o adiamento de colaborações como a NikeSKIMS. A marca está agora a refocar-se nas categorias de performance e atletas para tentar recuperar terreno.
Shein e Uniqlo desafiam Zara e H&M
No segmento da moda acessível, a Shein continua a crescer, mesmo com um ritmo mais moderado: 0,1 pp para 1,7%. A empresa mantém-se competitiva graças à sua rapidez na adaptação às tendências e preços baixos, posicionando-se como um dos maiores desafios às marcas tradicionais.
Também a japonesa Uniqlo deverá registar um crescimento de 0,1 pp para 1%, impulsionada por um posicionamento focado na qualidade e no design intemporal.
Em contraste, Zara deverá manter a sua quota, enquanto a H&M poderá cair 0,1 pp para 1%, penalizada por designs menos apelativos e menor capacidade de competir em preço com a Shein.
Hermès brilha no luxo, Gucci e Louis Vuitton perdem fulgor
O segmento de luxo também não escapa às mudanças. A Hermès deverá reforçar a sua quota em 0,03 pp para 0,59%, beneficiando de um posicionamento exclusivo e orientação para consumidores mais afluentes, menos impactados pelas dificuldades económicas.
Já a Gucci deverá cair 0,10 pp para 0,28%, num cenário de fraco entusiasmo com os designs recentes e menor apelo junto dos consumidores ultra-ricos. A Louis Vuitton deverá perder 0,05 pp, ficando com uma quota de 0,85%, sendo particularmente afetada pela migração de consumidores jovens para marcas como Prada e Miu Miu, que apresentam estéticas mais modernas e alinhadas com as novas tendências.