Os gastos com o e-commerce na região da Ásia Pacífico irão crescer dos 3,6% do total das vendas a retalho, observados em 2010, para 31,4% em 2020. 25% dos utilizadores de Internet nas zonas urbanas da Índia fazem as suas compras de bens de grande consumo online, pelo menos, uma vez por mês. E 56% dos utilizadores de smartphone nas zonas urbanas da Indonésia já fizeram uma compra através do site ou app do retalhista.
Estes dados são de um estudo da Mintel (“New Retail: The Futurenomics of Asia-Pacific”), que alerta que a futura paisagem do retalho na região irá forçar a uma mudança fundamental no modo como as empresas são estruturadas, geridas e conduzem os seus negócios. Esta é a região onde estão a despontar as maiores invenções tecnológicas ao nível do retalho e, uma vez que se está a focar na globalização dos seus operadores, estas tendências apenas irão aumentar.
O crescimento do e-commerce está a acelerar a uma grande escala. De acordo com as estimativas da Mintel, entre 2015 e 2025, o valor deste canal de comercialização irá aumentar 290%, para alcançar os 37% do valor total do retalho na Ásia-Pacífico. Este crescimento gerou uma nova massa crítica com a convergência do retalho e serviços online e offline no chamado novo retalho. “A economia online é parte determinante do atual e futuro crescimento económico da região”, sustenta Matthew Crabbe, Regional Trends Director Asia-Pacific da Mintel. “É também uma parte importante da contínua integração das economias e padrões de consumo na região. A Ásia não está só a inovar no novo retalho, está também a inovar ao nível da inteligência artificial, da aplicação das realidades virtual e aumentada, a revolucionar os conceitos de produção alimentar. E o novo retalho é o foco de todos estes desenvolvimentos”.
De acordo com o especialista, mais do que um mercado, o novo retalho é um processo onde o espaço do comércio eletrónico cada vez mais se integra nos espaços de compra físicos. É também parte de um processo de integração mais amplo no âmbito dos serviços digitais para o consumidor e em todos os sectores dos produtos de grande consumo. “As marcas de serviços estão a fundir-se com os retalhistas, os retalhistas estão a tornar-se hoteleiros, as plataformas online estão a evoluir para empresas de transportes, tudo está a misturar-se. Isto significa que as marcas têm agora de interagir com os consumidores em todos os formatos, plataformas, tecnologias, nações e sectores e encontrar a relevância em mais aspetos dos seus estilos de vida”, acrescenta.
A população da Ásia-Pacífico está também a urbanizar-se rapidamente, pelo que é aqui que se encontram algumas das maiores cidades do mundo. Isto cria um enorme potencial para o novo retalho se desenvolver na região. Para responder às necessidades destas vastas populações, as cidades terão de adaptar-se às novas tecnologias. “O novo retalho, com a sua capacidade para chegar a qualquer pessoa, em qualquer lugar, através do seu smartphone, oferece uma solução única de conexão ao consumidor”.
À medida que se torna mais urbana, a população da região é também mais envelhecida, o que implicará a criação de programas de aprendizagem ao longo da vida para se manterem atualizados face às novas tecnologias. A pesquisa da Mintel indica que 72% dos consumidores nas zonas urbanas da Tailândia querem aprender algo novo e 59% das mães nas zonas urbanas da China concordam que a educação deve começar o mais cedo possível. “As novas tecnologias já democratizaram os meios de produção. Num cenário onde as ideias se convertem numa moeda de troca, assistimos à emergência do que conhecemos como Quinto Estado. Os grupos sociais e disruptivos tornam-se instigadores das mudanças na sociedade como um todo. O novo retalho fornecerá os alicerces para a construção das novas economias em todo o mundo e é na Ásia-Pacífica que se está já a viver em pleno a primeira vaga deste processo”, conclui Matthew Crabbe.