Oiça este artigo aqui:
Um novo estudo da Too Good To Go revela que, mesmo com a inflação e maior contenção nos gastos de Natal, 6 em cada 10 portugueses continuam a desperdiçar comida, mantendo-se o desperdício médio nos 10%.
Um ponto positivo: 37% dos portugueses afirma não desperdiçar qualquer alimento, um aumento significativo face a 2024, refletindo uma maior consciência e controlo na gestão alimentar.
Inflação não elimina desperdício
A subida generalizada dos preços está a moldar o comportamento de consumo dos portugueses neste Natal. 84% dos inquiridos afirma que irá reajustar os seus gastos, seja optando por produtos mais económicos, seja reduzindo as quantidades compradas. Mais de metade (58%) diz que dará prioridade a produtos com desconto e 26% planeia comprar menos alimentos, enquanto apenas 16% manterá os hábitos de compra habituais.
Mesmo com maior planeamento e preocupação com o orçamento, 5 em cada 10 admite que irá comprar mais comida do que o necessário. Este desfasamento entre intenção e comportamento ajuda a explicar porque é que os níveis de desperdício alimentar se mantêm alinhados com os valores observados em 2024.
Desperdício que pesa no bolso
Nesta quadra, os portugueses vão gastar, em média, 120€ em produtos alimentares típicos de Natal, um valor que se soma aos 265€ que já desembolsam mensalmente em supermercado. Este ano, o orçamento total de Natal deverá crescer cerca de 63€ face ao ano anterior, não por um aumento do poder de compra, mas devido à pressão da inflação e à manutenção das tradições festivas, num país que continua entre os que mais gastam em alimentação na União Europeia.
Mesmo tentando controlar as despesas no dia-a-dia, os hábitos mantêm-se: Tendo em conta que 10% dos alimentos do natal comprados para a quadra acabam por não ser consumidos, isto representa um desperdício médio de 12€ por pessoa apenas em produtos natalícios, sem contar o desperdício habitual ao longo do resto do ano.
Para Tiago Figueiredo, Country Director Interim da Too Good To Go Portugal: “Apesar da inflação, os portugueses continuam a preparar comida em excesso, mas a prática de reaproveitar sobras está cada vez mais consolidada. Pequenas mudanças, como planear as refeições e reutilizar excedentes, permitem reduzir desperdício, poupar no orçamento familiar e contribuir para um Natal mais sustentável”.
O que sobra na mesa de Natal mudou
O estudo revela também uma alteração clara no perfil dos alimentos desperdiçados. Em 2025, as sobras concentram-se sobretudo em alimentos base, frequentemente preparados em excesso, enquanto as sobremesas deixam de ser um problema relevante. O pão (27%) e os acompanhamentos como batatas, arroz e massa (24%) lideram o desperdício, seguidos de legumes cozidos (12%) e produtos lácteos (12%).
Ideias para reaproveitar o que sobra
O reaproveitamento de sobras é um poder secreto dos portugueses, com 96% a afirmar que já transformam o que sobra em novas refeições. Esta prática reduz o desperdício, poupa tempo em refeições futuras, prolonga os sabores de Natal e torna os pratos mais saudáveis, ao controlar ingredientes e quantidades.
Algumas formas simples de aproveitar as sobras incluem:
- Transformar arroz, pão ou frango em roupa velha;
- Congelar o bolo-rei e aquecer antes de servir;
- Guardar o peru sem ossos e pele para empadão ou quiche;
- Preparar sopas ou cremes com legumes restantes, como grão, nabo, batata e couves.
- Reaproveitar as sobras surge, assim, como uma oportunidade concreta para poupar dinheiro, reduzir desperdício e tornar o Natal mais sustentável.




