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A utilização do comércio eletrónico continua a crescer na União Europeia, mas de forma muito desigual entre regiões. Dados recentes do Eurostat revelam que, em 2024, a percentagem de pessoas entre os 16 e os 74 anos que comprou bens ou serviços pela internet nos três meses anteriores ao inquérito oscilou entre apenas 21,7% e uns expressivos 91,5%, dependendo da região analisada.
Das 23 regiões europeias de nível NUTS 2 onde pelo menos 80% da população efetuou compras online, metade localiza-se na Holanda. Todas as 12 regiões holandesas ultrapassaram esta fasquia, refletindo a forte maturidade digital do país.
O destaque absoluto vai para Utrecht, que registou a maior taxa de compras online de toda a UE (91,5%). Logo a seguir surge Flevoland (89,5%), demonstrando a consistência do comportamento digital dos consumidores holandeses. Fora dos Países Baixos, destacam-se ainda todas as regiões da Irlanda, quatro regiões da Dinamarca e três regiões suecas. A região checa da capital, Praga, completa o grupo dos territórios mais digitalmente avançados.
Metade da Europa continua distante das compras digitais
No extremo oposto, 21 regiões apresentaram valores inferiores a 40%, sobretudo localizadas no leste e no sul da Europa. A Roménia (6 regiões), a Bulgária (5) e o sul de Itália (6) representam a maioria destes territórios com fraca adesão ao comércio eletrónico.
O retrato é ainda agravado pela presença de três regiões ultraperiféricas francesas e por uma região autónoma portuguesa neste grupo de baixa utilização.
A região búlgara de Yugoiztochen ocupa o último lugar no ranking, com apenas 21,7% da população a realizar compras online. Outras duas regiões também ficaram abaixo dos 25%: Guadalupe (24,2%), no Caribe francês, e Severozapaden, no noroeste da Bulgária (24,9%).
Europa digital a várias velocidades
Os dados confirmam que a transição digital no consumo europeu está longe de ser homogénea. Enquanto países do norte e do centro da Europa apresentam níveis de adoção praticamente universais, grande parte do sul e do leste continua a enfrentar desafios estruturais – desde a literacia digital à infraestrutura tecnológica, passando pela confiança no comércio online.
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