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A Jerónimo Martins fechou os primeiros nove meses de 2025 com lucro de 484 milhões de euros, um aumento de cerca de 10% face ao mesmo período do ano anterior.
As vendas consolidadas cresceram 7,1%, totalizando 26,53 mil milhões de euros (+6,6% a taxas de câmbio constantes), impulsionadas pelo desempenho sólido das operações na Polónia, Portugal e Colômbia.
O EBITDA ascendeu a 1,81 mil milhões de euros, uma subida de 10,9%, com a margem a aumentar de 6,6% para 6,8%.
“As nossas insígnias reforçaram o compromisso com a liderança de preço, trabalhando, com determinação e resultados assinaláveis, ao nível da produtividade e da eficiência, protegendo a rentabilidade“, afirmou Pedro Soares dos Santos, presidente e administrador-delegado do grupo. “Conscientes de que manter fortes as nossas posições de mercado tem uma dimensão de curto e também de longo prazo, continuamos a investir em inovação e na qualidade do sortido, e na melhoria dos parques de loja e da experiência de compra, através da expansão e dos programas de remodelação executados por cada insígnia. Assim, e apesar da intensidade dos contextos concorrenciais que enfrentam e da pressão crescente sobre a estrutura de custos, as nossas insígnias cresceram vendas e resultados, tendo, no seu conjunto, concretizado, nos nove meses, 274 aberturas de loja e 170 remodelações“.
O fluxo de caixa operacional foi também positivo: gerou-se 128 milhões de euros, invertendo o resultado negativo de 387 milhões registado no ano anterior. Paralelamente, o grupo fez investimentos de 816 milhões de euros, valor que supera os 648 milhões investidos no mesmo período em 2024 (crescimento de cerca de 26%).
Pingo Doce cresce 5,4%
O Pingo Doce registou um crescimento de 5,4% nas vendas (4,1% em base comparável, excluindo combustível), totalizando 3,9 mil milhões de euros. No terceiro trimestre, as vendas aumentaram 5%, para 1,4 mil milhões de euros.
Durante os nove meses, o Pingo Doce abriu 5 novas lojas e remodelou 38 locais. Segundo o comunicado do grupo, o Pingo Doce “tem beneficiado do sucesso do conceito de loja All About Food” e prosseguirá com o seu programa de remodelações, que deverá abranger cerca de 50 lojas em 2025. A empresa prevê ainda inaugurar no ano aproximadamente 10 novas localizações.
O EBITDA da operação em Portugal subiu 6,8%, para 287 milhões de euros, com a margem a melhorar para 5,8% (face a 5,7% nos 9M24).
Recheio ganha tração no terceiro trimestre
O Recheio cresceu 2,6% face ao ano anterior, com vendas de 1,05 mil milhões de euros e um LFL de 2,4%. A performance foi “particularmente impulsionado pela competitividade da oferta desenhada para o canal HoReCa, que combina preço, qualidade do sortido – com especial destaque para os perecíveis – e nível do serviço disponibilizado“.
O terceiro trimestre foi particularmente forte, com um crescimento de 3,9% nas vendas, atingindo 391 milhões de euros, sustentado pelo bom desempenho no segmento HoReCa, com um crescimento sólido do número de clientes, a par da expansão dos parceiros Amanhecer, que já conta com mais de 700 localizações.
Panorama internacional
No exterior, a Biedronka manteve o seu papel de motor de crescimento do grupo, com vendas de 18,8 mil milhões de euros, mais 7,4% que no mesmo período do ano anterior, e EBITDA de 1,48 mil milhões. A insígnia abriu 111 lojas (99 líquidas) e remodelou 110 localizações na Polónia. O grupo deu ainda os primeiros passos na Eslováquia, com a abertura de oito lojas e um centro de distribuição, prevendo atingir 50 lojas até 2026.
A cadeia de cosmética Hebe cresceu 6,9%, alcançando 451 milhões de euros em vendas, apesar de pressionada “pelo contexto e pela elevada deflação no cabaz“. A Hebe abriu 13 lojas no mercado polaco e duas na República Checa, totalizando 386 lojas na Polónia, cinco na República Checa e duas na Eslováquia.
Na Colômbia, a Ara destacou-se com vendas de 2,3 mil milhões de euros (+9,6%) e EBITDA a subir 42%, beneficiando da integração de 70 lojas da Colsubsidio e de um forte plano de expansão, com 135 novas lojas abertas nos nove meses.



