O automóvel é indispensável para milhares de portugueses, como comprovam os números dos Censos de 2021, que revelam que 66% dos portugueses se desloca de carro nos seus movimentos pendulares, enquanto há 10 anos era 62%. Por isso, não é de estranhar que um novo estudo do Observador Cetelem sobre o sector automóvel conclua que 89% dos cidadãos considere importante ser proprietário de um veículo.
O inquérito, focado no processo de aquisição, digitalização, financiamento e serviços no mercado automóvel, realizado em 13 países – Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Itália, Noruega, Holanda, Polónia, Portugal, Reino Unido, Turquia e México – constata que os portugueses estão entre aqueles que mais importância atribuem à posse de um automóvel, posicionando-se em terceiro lugar, enquanto o México (92%) e a Turquia (91%) ocupam os dois primeiros lugares do pódio.
Hábitos de compra
No que respeita aos hábitos de compra, apesar do “boom” do e-commerce ter resultado em mudanças em vários sectores, o mercado automóvel parece ser a exceção, pois a pesquisa online tem apenas maior preponderância no momento de procurar um carro. 38% dos compradores portugueses recorre a pesquisas na Internet, sendo que 14% pretende adquirir um carro novo e 24% procura um usado.
Os compradores de automóveis em segunda mão são igualmente os que estão mais dispostos a realizar os primeiros contactos com o vendedor através dos canais digitais.
Assim sendo, a forma tradicional de comprar carro – num concessionário, através de um agente, entre outras. – continua a ser a preferida dos portugueses, quer quando se trata de compra de carro novo (86%), quer seja para a aquisição de um usado (76%).
Estes números acabam por não confirmar a expectativa de há alguns anos de que as compras online de automóveis seriam uma maior tendência nos dias de hoje. O facto é que não ver ou testar o veículo permanecem a ser os principais obstáculos dos consumidores para a aquisição de um automóvel apenas através da Internet, sendo que 45% dos inquiridos afirma mesmo que não era capaz de tomar uma decisão tão importante pela Internet.
Na totalidade dos países inquiridos, o estudo demonstra que o aumento do recurso ao digital na jornada dos compradores de automóveis acontece sobretudo para subscrever serviços, como seguros (63%) e financiamento (51%), que triplicou nos últimos anos (4% em 2020 versus 15% em 2023).