O mais recente estudo da Crédito y Caución e da Iberinform deteta diversas falhas na criação de estruturas para o controlo sistemático do risco comercial nas empresas portuguesas. Apenas 15% criou comités de risco comercial que permitem a revisão, aprovação e recomendação de limites na exposição ao risco, para controlar, de forma sistemática e transversal, a evolução da sua carteira de clientes.
De acordo com os dados obtidos a partir da consulta a mais de 300 gestores de empresas, 61% das empresas inquiridas não tem integrado o uso de critérios de solvência na seleção de clientes, 70% também não conta com qualquer manual interno que defina a política de riscos comerciais e, em 28% dos casos, não há nenhum departamento responsável pela sua gestão.
Gestão do risco de crédito
A direção de topo tem uma forte influência na definição da política de riscos comerciais. De acordo com o Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, o principal executivo de 70% das empresas está diretamente envolvido na gestão do risco de crédito.
Face a este papel do diretor geral como último decisor, a existência de unidades de risco continua a registar valores mínimos: apenas 10% das empresas conta com áreas especializadas na gestão de risco de crédito comercial. O peso da gestão técnica da política de riscos comerciais continua a recair, como uma tarefa mais, sobre os departamentos financeiros (55% das empresas), ocasionalmente em coordenação com as direções comerciais (26% das empresas) que fazem a gestão direta da carteira de clientes e a prospeção de vendas no mercado potencial.